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Em memória de Nelson Hoffmann

Nossas Letras perderam recentemente, no gaúcho Nelson Hoffmann, um dos grandes escritores brasileiros. Escassos registros fixaram-se essa data em que perdemos, após uma vida inteira de realizações em favor de sua terra e do seu povo, a começar por tudo o que escreveu sobre Roque Gonzalez, rica em homens e História; terra da qual foi um povoador e o seu primeiro prefeito.

*Franklin Jorge

Nelson Hoffmann engrandece com suas ações, pesquisas e contribuição à Literatura, a sua terra natal e se faz lembrar por um legado que enche de orgulho essa querência gaúcha amada dos Guaranis.

Inestimável sua contribuição ao reconhecimento do talento alheio. Escreveu sobre muitos, foi amigo e incentivador dos jovens, num estilo que lhe confere a honra que mais vale para todos, ser reconhecido por seus pares como um mestre e um estilista.

Creio que o que me atraiu nele, primeiro, foi seu estilo personalíssimo, carismático, que nos desperta a simpatia para o melhor, para o mais original, para uma escrita única em personalidade, fluente e nervosa, cheia de vida e ardente. Sua crítica eivada de afetividade lê-se como uma criação autônoma, de encanto hipnótico, que lemos como a expressão de seu refinamento intelectual e cognição do inesperado.

Sempre às voltas com a Cultura e a História de sua terra sagrada, conquistada e enxarcada em sangue, criou um tipo que se faz lembrar por sua autenticidade, um advogado e detetive por quem não damos nada e se revela um gênio da elucidação. Esse advogado obscuro e determinado, fareja o inusitado, catalisa a curiosidade d leitor e o faz co-autor de uma trama.

Essa personagem saída do povo, esperta e sagaz como um sobrevivente, alguém que vai lá e faz. Um fazedor que usa as palavras om precisão, fiat lux!, como um faça-se a luz. Um escritor como poucos há.

Nelson Hoffmann, o seu nome.

Reunia em si muitas virtudes e talentos, como esse que expõe sua peculiar escrita. Escreveu anda sobre a bola, embora o interesse pela História seja majoritário, o antes e depois do sacrifício de Roque Gonzales, missioneiro e catequizador. Escreveu para a grandeza de sua terra. E produziu uma obra que o representa no futuro.

Trabalhou enquanto havia luz.