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Entre a hóstia e o aborto

Fundador de Navegos tenta compreender o que teria levado ex-senador a apostatar de princípios que lhe deram votos e supostamente nortearam sua existência e a formar nas fileiras do mal que se arregimenta à sombra de um Partido que se tornou o símbolo de facção criminosa.

*Franklin Jorge

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Somente a hipocrisia e o interesse poderiam justificar e legitimar o conúbio eleitoral entre o ex-senador Garibaldi Alves Filho e a governadora Fatima Bezerra; ele, de perfil conservador e católico; ela, sindicalista e petista renitente; ele, defensor da família e dos valores cristãos que fizeram forte o Ocidente; ela, iconoclasta e destruidora de valores morais que são a base da educação do povo brasileiro, comendo ambos famelicamente no mesmo cocho, de olho gordo nas benesses que o poder do voto concede a quem se dispõe a enganar e ludibriar a boa fé dos que ainda são capazes de acreditar que pitombeira dá carambolas.

É assim que os vejo, a essa dupla que se formou para, sob a bandeira da ordem e do progresso, fazer de besta mais uma vez o povo do Rio Grande do Norte, já calejado no erro que nos tem feito persistir em enganos. Ora, que fruto saudável poderá sair dessa mancebia entre valores morais e preceitos antagônicos? Entre princípios cristãos de decência e comunismo desalmado? Entre o Iluminismo e as Trevas? Entre a vida e o aborto? Entre a liberdade e a morte? Entre o Santo Sacrifício da Missa e as luxúrias do Inferno?

Causa espécie que alguém que até ontem elevava a alma a Cristo e comungava, piedosamente comungava no ritual da missa, podia tornar-se, por ambição e interesse, socio de ideologias restritivas da vida e abortistas, apenas confiando em seu talento doentio para a mistificação e a hipocrisia? Como faz o ex-senador Garibaldi Filho após a retumbante derrota que lhe foi infligida em 2018 por significativa parcela de potiguares, já cansados do apetite famélico de uma oligarquia que se instalou em 1960 com a eleição de Aluizio Alves para o governo de um estado que ele, entanto, engrandeceu e modernizou com a sua visão de mundo.

Esse conúbio deletério, celebrado entre o ex-católico e já agora abortista com a governadora que cheira a sétimo dia, parece que não nos convenceu nem caiu bem no goto dos potiguares que de repente se viram diante duma verdade insofismável: o mal veste todas as cores e Satanás é seu secretário.