*Franklin Jorge
Anima-me pensar que que trabalhei, não apenas para mim mas para todos os que hão de vir depois. Em meio às vicissitudes que parecem nos perseguir a todos, em maior ou menor grau, encontrei animo para subsistir e não desanimar e, assim lutei o bom combate.
Nunca, em nenhuma circunstância, apeteceu-me ser omisso ou covarde diante de tanta coisa que há para ser feita ou consertar; coisas que contemplem o bem comum, sem esperar por reconhecimento nem paga. Já me sinto sumamente recompensado ao propagar o talento de outros e valoriza-lo, ao mesmo tempo em que me apraz acicatar os vaidosos e egoístas que nada produzem, exceto em causa própria, como alguns donos da cultura potiguar que pagam os próprios aplausos, enganando-se a si próprios como se nos enganassem com suas artimanhas. Que contratam terceiros para escrever-lhes os livros que difundem como se deles fossem os autores.
Tenho a consciência de que, apesar de minhas fraquezas e insignificância de minhas ações, diante do desafio da vida, ainda assim e a despeito de tudo, pude fazer o que estava ao meu alcance, como escrever e, através da escrita que me é cara, tornar-me mais consciente do que sou.
Afinal, escrever ensina a pensar.