*Francisco Alexsandro Alves
No Brasil, Alta Cultura constrange os indivíduos. A educação brasileira prima pela mediocridade e pelo sentimento de grupo, de rebanho. A educação, que por aqui é vista como universal, direito do cidadão e dever do Estado, prima pela superficialidade dos conteúdos e pela alta carga de politização. Isso é prejudicial. Evidente que devemos formar indivíduos conscientes, mas como a consciência chega em um indivíduo que sequer sabe ler?
O resultado é uma nação de indivíduos despreparados, apenas aptos ao mercado de trabalho, quando muito, porém sem a mínima capacidade de empreender um diálogo com alguém que lhes apresente algo novo.
O rebanho anula o indivíduo. Esse sentimento de pertencimento torto, de coletividade que apequena o discurso, porque o coletivo, para existir, deve satisfazer ao mais incapaz de seu grupo. Isso é contra a quem se diferencia.
Nossa educação universal, baseada em Paulo Freire, está esgotada. Ano após ano formamos os mesmos cidadãos, que saem da escola sem o mínimo preparo ou bom gosto. O indivíduo entra na escola escutando funk carioca e sai ouvindo sertanejo de motel. Mas como poderia ser diferente se os professores são os primeiros despreparados? Um despreparado forma outro. É um ciclo em que se dissemina a mediocridade em nome do coletivo. E o resultado é a pequenez do espírito e do intelecto. Formam-se indivíduos com parcos recursos intelectuais.
Como falei no início, no Brasil, Alta Cultura constrange os indivíduos. É como se o indivíduo que a possuísse tivesse que se calar para não ofender à mediocridade do rebanho. O rebanho, por sua vez, não quer aprender o novo, e por outro lado, como uma vingança por conta da própria incapacidade, e mesmo por reconhecer essa incapacidade, odeia com todas as forças a luz cultural que recebe.
Nas províncias potiguares, ter distinção intelectual gera rancores e despeitos. Problemas educacionais.