*Friedrich Nietzsche
Diante de um livro erudito.. Não somos desses qye só tem ideias entre livros, por impulso de livros: estamos acostumados a pensar ao ar livre, andando saltando, subindo, bailando e onde mais nos agrada fazê-los, em montanhas solitárias, ao lado do mar, onde os caminhos se fazem reflexivos.
Nossa primeira pergunta é sobre o valor de um livro, uma pessoa ou uma música – Sabe andar? Ou, melhor ainda, sabe bailar?
Lemos rara vez, talvez porque lemos da pior maneira, rapidamente. Adivinhamos como há chegado cada um a suas ideias. Se o há feito sentado, diante do tinteiro, com o voetre comprimido e a cabeça inclinada sobre o papel, tão depressa deixamos de ler seu livro.
Sentia tudo isto ao virar a última página do livro, sentia o ar do quarto, cerrado, e deixava-me ficar, agradecido e aliviado. Há quase sempre algo de pressionante o livro erudito.
O livro erudito quase sempre me pressiona. Sempre reflete também a alma encurvada, todo oficio deforma, voltemos a ser jovens!
Todo esforço oprime. Isto é, em resumo, um fato.
Friedrich Nietzsche
La gaya ciencia
Traduccion: livre de Franklin Jorge
Editorial: Edaf
Foto: Friedrich Nietzsche