*Alexsandro Alves
Uma mineira de 22 anos, Sabrina Cherman, é uma das reservistas convocadas pelas forças armadas de Israel para servir na atual guerra.
Ela, que acabou a pouco tempo seu serviço militar (em Israel as mulheres servem igualmente), não esperava ser convocada tão cedo novamente, mas afirma: “Pronta para viver e morrer por Israel”.
A maioria dos brasileiros não conhecem esse sentimento. Eu mesmo imagino que essa moça não teria o mesmo sentimento de serviço pelo Brasil.
As causas são muitas.
Não há, no brasileiro, um verdadeiro elo com algo denominado de “pátria”. Nós nunca entenderemos o sentimento de serviço até à morte dessa brasileira por Israel. Assim como nunca entenderemos a maneira de pensar de israelitas e palestinos do Oriente Médio.
Essa falta de elo do brasileiro com seu país já encontrou muitas versões: a antipatia pelo Pavilhão Nacional, a zombaria gratuita com hinos que representam datas cívicas, até mesmo a Semana de 22 tem culpa nisso – ou foi reflexo disso – com Macunaíma e tantos outros mitos indígenas interpretados de maneira jocosa – assim como também as infames piadas de português, negro e índio – nós não respeitamos o que nos forma – logo, não podemos ter um vínculo profundo com nada disso.
Há o racismo interiorizado por séculos que, através de uma acanhada democracia racial, tem desterrado nosso sentido de pertencimento – fomos mal educados.
É como se um coronelismo espiritual nos fizesse sempre temer a revolta, o confronto e a guerra. Quantos heróis nacionais são guerreiros? Quantos heróis nacionais são festejados por grandes atos de batalha e de sangue? Nós não conhecemos o amor de morrer pela pátria porque nunca tivemos motivos e símbolos fortes para viver pela pátria. Somos eternos sem terra.