*Diário de Cuba
A Orquestra Musicall Juvenil, regida pela cubana Taimy Balbuzano em Miami, conquistou o primeiro prêmio no concurso internacional Summa Cum Laude do Festival de Música Juvenil de Viena, Áustria, com a canção “El Manisero”.
Quando soubemos, estávamos jantando em Viena no dia da competição. Alguns dos garotos estavam ansiosos porque naquela noite eles dariam os resultados. Pedi que não se preocupassem com os prêmios porque, francamente, eles haviam feito um trabalho tremendo. Alguém, que não obedeceu, deu a notícia de que tínhamos vencido. De repente, aquele lugar virou uma festa cubana em Viena, disse Balbuzano em entrevista ao DIARIO DE CUBA.
Balbuzano é cofundadora e diretora artística da organização sem fins lucrativos Musicall, que está comprometida com a educação musical abrangente há dez anos. Atualmente, seus professores ensinam mais de 300 alunos. Temos desde crianças de dois anos até jovens de 23 anos, diz ela.
A artista, que veio para os Estados Unidos há mais de 20 anos, conta que nunca perdeu a fé na música, apesar do cenário cultural sombrio que encontrou em Miami na época.
Meu marido me conta que criou essa organização para mim, para que eu pudesse continuar com minha paixão pela música. A música salva de todos os problemas sociais, cria um ambiente de união, respeito, você aprende a ouvir, a entender e por isso persistimos nela. Não perco a ilusão porque sempre aparecem incentivos, como esse tipo de competição, completa.
Os 21 alunos que viajaram para competir em Viena passaram um ano se preparando para este concurso. Os Estados Unidos não têm o conceito de educação musical que a Europa tem, nem o que recebemos em Cuba. Tínhamos que ensinar com essas exigências a crianças que são entusiastas, mas que têm deveres escolares e exigências mais importantes, porque somos não um conservatório de música, mas um programa comunitário, diz a artista.
Balbuzano diz que lutou para incluir a educação musical desde cedo, algo que não existe nos Estados Unidos. Tenho tentado espalhar esse conceito de dar tudo pela música.
Agora há um pouco mais de atividade cultural do que quando cheguei, há 25 anos. Mesmo assim, vi as diferenças entre o nosso público daqui e o de Viena, por exemplo, aqui, só vão os pais dos alunos. É desesperador que o público não aprecie como deveria, lamenta.
Sobre o barulho que a imprensa de Miami fez sobre a notícia do prêmio Musicall em Viena, Balbuzano diz que é desanimador para nós que não tenhamos uma cidade receptiva e que apenas neste momento se saiba que uma orquestra de Miami ganhou o primeiro prêmio mundial em Viena.
Sobre as aulas oferecidas pela organização, Balbuzano conta que o Musicall tem espaço para os pequenos com atividades com os pais, como a aula quatro mãos.
Instrumentos de corda, sopro e percussão começam mais tarde. Aí a criança pode escolher fazer uma audição nos diferentes níveis da orquestra, dependendo do instrumento que toca. Temos também aulas particulares que são muito valiosas. Existem coros infantis, que iniciam as audições aos oito anos de idade, diz ela.