*Nonatto Coelho
Expressionista por excelência, o pintor mato-grossense Humberto Espindola é o mestre de uma geração de artistas que inscreveram o Brasil Central no léxico da arte universal. Nesse momento em que se discute os 100 anos do modernismo brasileiro, aqui temos ao menos 50 anos de pintura pura, brasileira, pantaneira. A crítica de arte Aline Figueiredo cunhou o termo Bovinocultura sobre o trabalho desse soberbo pintor e isso se tornou verbete dos dicionários da arte pelo mundo afora, pela importância de sua pintura.
O que interessa para o demiurgo Espindola é a liberdade da pincelada solta, e a tinta escorrendo pela tela, como uma denúncia do sangue do “boi moeda” que derrama como cascatas rubras nos frigoríficos, para os rendimentos pecuniários de um agrobusiness cada dia mais voraz…
Se queremos uma pintura brasileira, e eu sei que o Brasil quer, temos que buscar na “Arte Cabocla “, termo cunhado por Frederico de Moraes à respeito do fecundo grupo de artistas dos Mato Grossos (do norte e do sul.)