*Franklin Jorge
Há duas décadas o artista Fernando Galvão produziu um conjunto de obras surpreendentes que transportam a cidade do Natal para o futuro e asseguram ao seu criador um lugar de destaque em nossa cultura visual.
Desconheço o total de obras produzidas sob esse impulso criador que nos deu um conjunto de obras significativas, infelizmente dispersas em coleções anônimas, difíceis de rastreamento, passados tantos anos desde que foram adquiridas e dispersadas em coleções anônimas de colecionadores eventuais.
Criterioso e obstinado em busca de soluções adequadas aos seus intentos criativos que nessa série se destacam por sua personalidade e fartura técnica que beira o perfeccionismo.
Apresenta-nos a Cidade do Natal sob o espectro de uma metrópole aeroespacial, projetando-a num futuro dinâmico, funcional, transfigurado em uma concepção arquitetônica feérica, hipnótica, digna da nossa surpresa diante de um cenário que desafia a imaginação.
Creio que se trata da maior coleção de pinturas, sob um mesmo tema religado à Utopia de um então muito jovem artista natalense que anteviu e deu forma a fantasias visuais que tornam Natal a Cidade Espacial de antigos profetas.
Composições arrojadas, impactantes, inesquecíveis. Contraponto dinâmico aos recortes estáticos de Marinhas e Casarios de Dorian Gray Caldas.