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Fundador de Navego retoma um tema que é o assunto do dia, ao expor o desespero e a fragilidade eleitoral da Família Alves em disputa que talvez seja a última cartada antes do ostracismo final.

*Franklin Jorge

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A falta que faz raposas espertas e experientes, como os irmãos Aluizio e Agnelo Alves. Vivos fossem, seriam freios ao apetite de poder descontrolado que expõe e denigre a reputação e a história da família que, depois dos Rosado, constituem a mais antiga oligarquia ativa no Rio Grande do Norte, embora um tanto depauperada pela falta de tino estratégico dos atuais beneficiários dinástico-eleitorais.

Certamente as coisas estariam correndo de maneira diferente e seus filhos e sobrinhos não estariam expondo as vísceras da família, numa guerra intestina que trará irreparáveis prejuízos para o futuro político de todos. Já desfavoravelmente julgados e sentenciados nas urnas, nas eleições de 2018, quando o ex-senador Garibaldi Filho foi arremessado do alto de um mandato que a muitos tinha tudo para se tornar hereditário, caindo com as ventas atoladas no chão, alguma coisa parecia estar mudando no quadro político local. Sem contar a derrota do ex-prefeito de Natal para a atual governadora, começava então a descida de Carlos Eduardo para os mundos inferiores do político sem mandato. Algo que eu, que votei nele, não esperava, pois certamente seria menos ruim do que Fátima Bezerra está sendo para a desgraça da nossa terra.

Candidato atrapalhado e sem cometimento, o ex-prefeito de Natal tem se revelado um estrategista capenga e sem discernimento. Seu ocaso começou quando ele renunciou aos últimos dois anos de seu mantado e entregou a Prefeitura de Natal de mão ao seu vice, que, por mérito próprio, jamais teria subido a tais alturas, sobretudo depois de ter sido prefeito de Caicó, sua terra – um mau prefeito, diga-se a bem da verdade -, e, por anos, um deputado medíocre, patrimonialista e inoperante. Com isto estava traçado o destino de Carlos Eduardo e o corolário de ações intempestivas que lhe renderam a fama de incapaz e desequilibrado. Quem acompanha a vida cultural da cidade sabe o que estou dizendo…

As próximas eleições serão sem dúvida as mais importantes de toda a nossa história. Será, pelo que temos percebido, uma eleição plebiscitária que há de separar de vez o trigo do joio. A água do vinho. O azeite do vinagre. Os eleitores vão escolher mais que um governador, um senador e dois deputados; vai escolher como pretende viver como cidadãos não mais de terceira classe.

A enorme pressão está levando políticos da Família Alves ao desespero e a quebra, inclusive, do decoro de que se reveste sabidamente o conservadorismo. Já vimos Garibaldi Filho  enraivecido, de dentes à mostra, mordendo os primos para garantir boa sombra ao lado da governadora. Antes do implante odontológico a que se submeteu quando governador do Estado, quando substitui os antigos dentes de fuinha pelos atuais, seu destempero teria sido espetáculo ainda mais terrível. A luta por um mandato e por uma sinecura para o filho Waltinho, mostrou-o em sua inteireza: um ser odiento e um abortista católico capaz de qualquer coisa em troca da satisfação de seus objetivos mesquinhos.

Seu primo, que já vinha de maneira destemperada e suicida, para um político de quem se espera, no mínimo, moderação e compostura, perdeu de vez as estribeiras e desandou em agressões mal-educadas, para garantir um lugar à sombra da governadora. O clima já estava deveras pesado, até que ontem ele resolveu entrar com ação contra seu principal e único adversário, Rogerio Marinho, acusando-o de ter despejado volumoso recurso em municípios do Rio Grande do Norte com o intuito de se eleger Senador e, assim, tirar a vaga que Carlos Eduardo tinha como sua. Em consequência, 110 prefeitos, indignados com um candidato que deseja punir o adversário que se mostrou capaz e fez por nossa terra e nossa gente o que, antes dele, nenhum Senador até então fizera: promover o desenvolvimento, trazer a água do rio São Francisco para acabar com a sede do povo, além de muitas outras obras notáveis. Resultado: Carlos Eduardo deu um tiro no pé e acabou prejudicando a própria Governadora, que, por apoia-lo, terá de explicar aos seus porque mantém próximo ao próprio seio uma serpente capaz de pica-la de morte. Eleitoral, claro… Salvou-se apenas Henrique Eduardo nessa disputa familiar, pois manteve o decoro e o respeito.

Em resumo, sem a polícia de parentes mais experientes, esse fim de rama da família Alves fenece sob os olhares de todos, engolfados em pequenezas que o povo em geral despreza, sobretudo quando relacionadas a representante de famílias ilustres, mas indiscutivelmente decaídas.