*Virginia Woolf
É a vida que emerge cada vez mais claramente à medida que os ensaios de Montaigne não chegam ao fim, mas à suspensão no meio da corrida. É a vida que se torna cada vez mais absorvente à medida que a morte se aproxima, o próprio ser, a própria alma, o próprio fato da existência: usar meias de seda no verão e no inverno; que o vinho é caro à água; quem corta o cabelo depois do jantar; que ele só pode beber de um copo; quem nunca usou óculos; quem tem uma voz estrondosa; que carrega um corte na mão; quem morde a língua; quem brinca com os pés; preparando-se para coçar as orelhas; quem gosta de carne passada; esfregando os dentes com um guardanapo (graças a Deus, estão limpos!); que você deve ter cortinas ao redor da cama; e isso, algo que é bastante curioso, Ele admite que no início gostava de rabanete, depois não gostou e agora volta a gostar. Não há nenhum fato que, por mais trivial que seja, que se deixe escapar por entre os dedos sem primeiro analisá-lo. E há o estranho poder que a mudança dos fatos com o poder da imaginação nos oferece.
Observemos como a alma sempre projeta suas próprias luzes e sombras; torna o vazio substancial e o substancial frágil; encha a plena luz do dia com sonhos; ela é tão estimulada por fantasmas quanto pela realidade; e, no momento da morte, ele se distrai com uma trivialidade. Observemos também sua duplicidade, sua complexidade. Ele fica sabendo da perda de um amigo e sente empatia por ele, mas sente um prazer agridoce e malicioso com as tristezas dos outros.
Tem crenças; ao mesmo tempo, ele não acredita em nada. Observe sua extraordinária suscetibilidade a impressões, especialmente na juventude. Um homem rico rouba porque seu pai economizou com o dinheiro do menino. Outro não construiu aquele muro para ele, mas porque seu pai amava essas coisas.
A alma está toda ela dominada por nervos e simpatias que afetam a cada uma de sus ações, inclusive agora, em 1580, ninguém possui um conhecimento preciso – tão covardes somos, tão amantes dos suaves modos convencionais – de como funciona o de que é; você só tem a certeza de que é o mais misterioso e que o seu próprio ser é o maior monstro e o melhor milagre do mundo. “[…] Plus je me hante et connois, plus ma difformité m’estonne, moins je m’entens en moy.”
Observemos, observemos eternamente e, enquanto existir papel e caneta, “sans cesse et sans travail”,
Resta, porém, uma última pergunta que, se pudéssemos tirar os nossos olhos da sua fascinante atividade para nos olharmos, gostaríamos de colocar a este grande mestre da arte da vida.
Nestes volumes extraordinários de afirmações curtas e fragmentárias, longas e eruditas, lógicas e contraditórias, percebemos a própria pulsação e ritmo da alma, que bate dia após dia, ano após ano, através de um véu que, com o passar do tempo, se reduz a nada. Aqui temos alguém que teve sucesso na arriscada empresa de viver, que serviu ao seu país e viveu reformado; Ele era um proprietário de terras, marido, pai; ele entretinha reis, amava mulheres e meditava por horas sozinho, curvado sobre livros antigos.
Por meio de experimentos perpétuos e observação do mais sutil, ele finalmente alcançou um equilíbrio milagroso de todas as partes caprichosas que constituem a alma humana. Ele agarrou a beleza do mundo com todos os dedos. Ele alcançou a felicidade. Se ele tivesse que viver novamente, ele disse que teria levado a mesma vida novamente. Mas, enquanto observamos com interesse absorvido o emocionante espetáculo de uma alma que se desdobra diante de nossos olhos, surge a pergunta quase que naturalmente: será o prazer o fim de tudo? Qual é a razão desse interesse avassalador pela natureza humana? Por que esse desejo irresistível de se comunicar com outras pessoas? A beleza do mundo é suficiente ou existe, em outro lugar, alguma explicação para o mistério? Mas não há resposta para isso, apenas mais uma pergunta: “O que sçais-je?”. Ele agarrou a beleza do mundo com todos os dedos.
Ele alcançou a felicidade. Se ele tivesse que viver novamente, ele disse que teria levado a mesma vida novamente. Mas, enquanto observamos com interesse absorvido o emocionante espetáculo de uma alma que se desdobra diante de nossos olhos, surge a pergunta quase que naturalmente: será o prazer o fim de tudo? Qual é a razão desse interesse avassalador pela natureza humana? Por que esse desejo irresistível de se comunicar com outras pessoas?
A beleza do mundo é suficiente ou existe, em outro lugar, alguma explicação para o mistério? Mas não há resposta para isso, apenas mais uma pergunta: “O que sçais-je?”. Ele agarrou a beleza do mundo com todos os dedos. Ele alcançou a felicidade. Se ele tivesse que viver novamente, ele disse que teria levado a mesma vida novamente. Mas, enquanto observamos com interesse absorvido o emocionante espetáculo de uma alma que se desdobra diante de nossos olhos, surge a pergunta quase que naturalmente: será o prazer o fim de tudo? Qual é a razão desse interesse avassalador pela natureza humana? Por que esse desejo irresistível de se comunicar com outras pessoas?
A beleza do mundo é suficiente ou existe, em outro lugar, alguma explicação para o mistério? Mas não há resposta para isso, apenas mais uma pergunta: “O que sçais-je?”. Enquanto observamos com interesse absorvido o emocionante espetáculo de uma alma que se desdobra diante de nossos olhos, surge a pergunta quase que naturalmente: o prazer é o fim de tudo?
Qual é a razão desse interesse avassalador pela natureza humana?
Por que esse desejo irresistível de se comunicar com outras pessoas?
A beleza do mundo é suficiente ou existe, em outro lugar, alguma explicação para o mistério? Mas não há resposta para isso, apenas mais uma pergunta: “O que sçais-je?”. Enquanto observamos com interesse absorvido o emocionante espetáculo de uma alma que se desdobra diante de nossos olhos, surge a pergunta quase que naturalmente: o prazer é o fim de tudo? Qual é a razão desse interesse avassalador pela natureza humana? Por que esse desejo irresistível de se comunicar com outras pessoas? A beleza do mundo é suficiente ou existe, em outro lugar, alguma explicação para o mistério? Mas não há resposta para isso, apenas mais uma pergunta: “O que sçais-je?”.
