*Nadja Lira
Existem coisas neste meu Brasil varonil, que são difíceis demais para se entender. Uma delas está relacionada às propagandas. Quando estas são divulgadas com o objetivo de ludibriar o consumidor, logo aparecem diversos órgãos fiscalizadores em defesa do consumidor e o responsável por tal publicidade corre um sério risco de ir para a cadeia. Isto sem contar com a infinidade de multas que é obrigado a pagar. Em tempos de fake News, publicar inverdades pode deixar uma criatura vestindo tanga de sereia.
Tal medida também deveria ser aplicada aos políticos, mas não é. Estes seres, que nada mais são do que servidores públicos, portanto, empregados do povo, agem como se estivessem acima da lei e não lhes devessem respeito, consideração e prestação de contas por seus atos, já que lidam dinheiro público.
Durante a campanha política fazem mil promessas, vendem aos incautos eleitores, a ilusão de que seu trabalho é melhor do que o dos seus opositores, e que votar em determinado candidato, é o ato mais acertado, uma vez que ele vai melhorar a qualidade de vida a toda a comunidade. Depois de eleitos esquecem todas as promessas e não aparece um único órgão capaz de fazê-los pagar pela propaganda enganosa feita durante o período eleitoral.
Foi valendo-se desse antigo modelo político, que dona Fátima Bezerra conseguiu ascender ao posto de governadora do Rio Grande do Norte. Fazendo promessas de iria melhorar a vida do povo potiguar, mas até agora nenhuma de suas promessas foi cumprida.
Melhorar a vida dos servidores públicos, especialmente dos professores, quitando os salários atrasados deixados por seu antecessor Robinson Faria e melhorar a Segurança Pública foram algumas das promessas de campanha, que ela esqueceu, como num passe de mágica. Salários no RN são pagos em módicas parcelas e ela se orgulha disso.
Como governadora, Fátima Bezerra é um desastre. Nega-se a pagar o piso salarial dos professores, um insignificante percentual de 12,82%, instituído pelo Governo Federal, categoria da qual ela faz parte e que defendia com unhas e dentes, quando era sindicalista. Mas ela está em outra situação e esqueceu de posturas adotadas no passado.
Enquanto isto, quer a qualquer custo, que os deputados aprovem a Reforma da Previdência, também conhecida como a PEC da Morte, devido ao profundo sacrifício a que vai submeter os servidores. Sua proposta chega a ser mais cruel, do que a implantada pelo Governo Federal e que ela se posicionou contra, porque os percentuais vão de 12% a 16% e atingem os aposentados.
Depois que a Pandemia do Vírus da China chegou ao RN, dona Fátima se esqueceu que a população também precisa de segurança pública. Nesses tempos de isolamento social obrigatório, as notícias veiculadas nas redes sociais anunciam que a violência no Estado cresceu mais de 200%. No caso de violência contra a mulher, o aumento foi de 258,7%.
Para a governadora, que dispõe de segurança paga pelo contribuinte, o mais importante é botar a Polícia na rua, não para garantir a população contra roubos, furtos, assaltos e assassinato. Mas para multar cidadãos, impossibilitados de ganhar o pão de cada de dia. Se o sujeito já não tem como alimentar a família, como é que vai dispor de recursos para pagar uma multa estimulada pelo governo?
O mais indigesto é ver a convocação da Imprensa para assistir a saída de carros da Polícia, para realizar a fiscalização nas ruas de Natal, em nome do tal Pacto pela Vida. Tal atitude nos leva a crer, que as mortes provocadas pela violência descontrolada e que transformam Natal numa das cidades mais perigosas do mundo, não contam na estatística governamental. O Pacto pela Vida criado pelo governo Fátima só é válido para combater o Vírus Chinês. Logo, o legado que ela vai deixar para a posteridade, será apenas um amontoado de propaganda enganosa. (22/07/2020)
Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa