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Governadora mente e trai professores

Categoria que nos últimos 30 anos serviu de cabo eleitoral para Fátima Bezerra, alavancando seu projeto político, garantindo-lhe sucessivos mandatos parlamentares e, por último, a chefia do Executivo potiguar, sente na própria alma o gosto amargo da traição.

*Alexsandro Alves

[email protected]

“(…) dos perigos de quem não vai entender se ela não fizer como eles querem (…) ela paga a todo mundo, um bilhão de reais (…) a gente tá vendo as dificuldades… a gente tá fazendo uma proposta que vai pagar, mas que não vai pagar esse ano, tudo esse ano, não vai ter jeito, então se forem entrar em greve pra gente pagar esse ano, vão ter dificuldade, mas a gente respeita…”

Esta fala não foi de Cláudia Santa Rosa, nem de Justina Iva ou de Betânia Leite.

Não, companheiros e companheiras. Essa fala foi de Getúlio Marques, secretário de educação do estado no governo da professora Fátima Bezerra. Nós, professores, somos a escória de qualquer governo que passou por aqui. Mas nós não poderíamos desconfiar, jamais desconfiaríamos, que com a petista e sobretudo lulista, Fátima Bezerra, seria igual aos outros. Não, meus indignados leitores! Jamais poderíamos imaginar que com a própria autora da lei do piso nós seríamos enganados! Mas estamos. Nossos dentes estão rangendo de ódio por conta dessa traição. O governo Fátima Bezerra armou-se de vez contra os professores. A decisão oficial de Fátima Bezerra é: não vamos pagar porque não podemos.

Mentira.

Ela pode.

O piso é pago com recursos do Fundeb, mas se mesmo assim, mesmo com os recursos do Fundeb chegando, o estado ou o município não puder de fato pagar o piso? Como fica? Vamos a certos esclarecimentos. O salário do magistério, desde que a lei do piso foi aprovada, é pago com recursos do Fundeb. Porém os recursos do Fundeb não podem ser usados integralmente para pagar os salários do magistério. Há um limite para cada município e estado. Então sim, pode ocorrer que haja estado ou município que não possa pagar o piso, porque os recursos do Fundeb são tanto para o salário do professor quanto para a manutenção das escolas, por exemplo.

Mas mesmo assim, todos podem pagar.

Ela pode pagar como todos os outros puderam. E quando diziam que não podiam, como ela faz hoje, ela, na época congressista, subia na tribuna do Senado ou da Câmara dos Deputados, para afirmar a prioridade do pagamento do piso do magistério, intimando os governadores! Agora, ela faz igual! Cinismo e deboche. Alguém ainda pode afirmar: “mas o estado pode mesmo não ter recursos, como acabei de ler no parágrafo acima!”

Deixa-me explicar uma coisa, uma coisinha simples. A lei do piso foi muito bem redigida. Não há brechas. Fátima Bezerra caprichou. Sabem por que QUALQUER MUNICÍPIO OU ESTADO da federação SEMPRE PODE PAGAR o piso, embora seus mandatários chorando, mintam descaradamente afirmando que não podem? Sabem por que QUALQUER MUNICÍPIO OU ESTADO da federação SEMPRE PODE PAGAR o piso, mesmo que o Fundeb não possa ser usado integralmente para isso?

Vamos dar um exemplo. A governadora lendo isso deve estar se tremendo porque sabe do que eu vou falar agora.

A governadora Fátima Bezerra afirma que não pode pagar o piso para nós professores. O que ela deve fazer? Pagar mesmo assim! Como?

Nesses casos, o (a) governador (a) ou o (a) prefeito (a) que não podem pagar, caso da governadora petista e lulista Fátima Bezerra, basta que peçam um complemento ao presidente. Entendem?

Basta Fátima Bezerra encaminhar um pedido de ajuda para Jair Bolsonaro! Então Bolsonaro analisará e mandará os recursos que faltarem. ISTO ESTÁ NA LEI DO PISO! O presidente é obrigado a atender aos governos e prefeituras, complementando os recursos para que o piso seja pago! O presidente é obrigado pela lei a complementar. Basta os governadores e prefeitos acionarem a lei.

Por que Fátima Bezerra não faz isso? Porque junto com o pedido de complementação, Fátima Bezerra deve COMPROVAR que o estado não tem recursos.

Aí a vaca vai pro brejo, não é?

Porque se ela mandar a comprovação, e se de fato haver dificuldades, ele manda os complementos; mas se ela mandar a comprovação, e de repente se percebe que o estado possui sim recursos, ele não manda os complementos e ela fica desmoralizada.

A pergunta é: se ela diz que não tem, por que ela não manda um pedido de ajuda de complementação para ele? Quem se arrisca a responder? Será que já desconfiamos do que realmente se passa?

E sabe de uma coisa? Os outros governos e prefeituras diziam que não podiam pagar e não pediram ajuda de complementação nem ao Presidente Lula, nem à Presidente Dilma, nem ao vice Temer! Havia então um pacto silencioso entre estes mandatários federais com os estaduais e municipais, para que não acionassem a presidência? É uma outra questão.

Nesse caso atual, entre Fátima e Bolsonaro, imagino que não haja pacto algum.

Fátima Bezerra, se o estado não tem condições, faça o que diz a lei por qual a senhora tanto lutou: peça ajuda ao presidente!