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Governo quer tornar inacessível acesso ao livro

Fundador de Navegos reage a criação de reforma tributária que impõe imposto contra a circulação do livro, ainda um artefato de luxo para numerosa parcela de brasileiros.

*Franklin Jorge

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Amealhando uma mancada atrás da outra, o presidente Jair Bolsonaro escoiceia a cultura ao colocar em pauta a taxação de livros, no Brasil, já caríssimo para a maioria dos amantes da leitura, um verdadeiro gadget para o deleite de endinheirados.

Nunca se viu no Brasil governo tão desastroso e um presidente tão desprovido de noção, como o atual, que faz mal até quando pensa em fazer o bem. Erradio em seus propósitos, vaga como alma penada, assombrando a todos, sobretudo aqueles brasileiros que aspiram a ordem e ao progresso.

Incapaz de extrair lições da experiência, vive oscilando entre o vociferante boquirroto e o pusilânime que fecha os olhos ao clamor de uma nação em sofrimento. Cercado de militares fardados inúteis e submetido aos caprichos de togados e parlamentares ávidos de poder e privilégios, distribui migalhas para aplacar uma crise sem precedentes na história da republica bananeira consumida pelo desespero decorrente do desemprego, da falência múltipla das instituições e da falta de ação de um governo que contemporiza com a desordem e o fracasso.

A taxação de livros e mais um fracasso desse governo que encolhe a olhos vistos, deixando-nos a todos desnorteados e sem perspectivas, no limiar de um futuro trevoso. Em vez de taxar as grandes fortunas e de cobrar as dívidas de políticos e empresários corruptos com o Fisco, penaliza o próprio futuro do pais – se e que há futuro para um país contaminado pela incerteza.

Eleito pelo sopro da esperança, mostra-se este governo incapaz das ações mais elementares e por todos desejadas, como a destituição da suprema Corte e o fechamento do Congresso Nacional, poderes que se transformaram em populosos valhacoutos que sugam e roubam o animo dos brasileiros já cansados de sucessivos maus governos que se seguiram ao Regime Militar.

Já disse um grande escritor brasileiro em tempos idos, uma nação se faz com homens e livros. Disse-o bem, mas nesta quadra de nossa historia parece faltar-nos, duma só vez, livros e homens capazes de guiar-nos por caminhos tão tortuosos.