Franklin Jorge
Faltando pouco mais de quatro meses para o término do primeiro ano no comando do Estado, a governadora Fátima Bezerra tem muito pouco ou quase nada que justifique o voto de confiança que recebeu do povo do Rio Grande do Norte, fatalizado por maus governantes.
Ignorante das coisas mais elementares que dizem respeito â administração pública, contabiliza um preocupante saldo de inércia, despreparo e arrogância, expresso em ações meramente midiáticas, como declarar a tapioca com ginga patrimônio cultural, além da criação de três secretarias para acolher petistas desempregados com a acachapante derrota do PT nas eleições do ano passado.
Seria tedioso enumerar aqui todos os elementos que dão forma ao fracasso de seu governo natimorto, sem nenhuma dúvida, historicamente, o pior que o Rio Grande do Norte já teve.
Chega mesmo a sobrepujar até aos de Rosalba Ciarline e Robinson Farias, para citarmos seus antecessores mais próximos.
Acrescente-se a isto o ar de palanque que contamina seu discurso inoportuno e babaca que já começa a doer na alma de todos.
Num certo sentido, equipara-se o seu governo ao do interventor Mário Câmara, na década de 1930, o período mais sinistro da nossa história, descrito em obra clássica e referencial do professor Edgar Barbosa, “História de Uma Campanha” (Edufrn; 2008).
Só não a coloco no mesmo patamar por uma única razão: apesar de tudo, ela ainda não mandou surrar e matar seus adversários e opositores. Pelo menos, por enquanto.
Franklin Jorge, diretor de Redação do Navegos, é autor dos livros “Ficções Fricções Africções” (Mares do Sul; 62 págs.; 1999), “O Spleen de Natal” (Edufrn; 300 págs.; 2001), “O Livro dos Afiguraves” (FeedBack; 167 págs.; 2015), dentre outros.
INOCUIDADE A governadora Fátima Bezerra toma posse no dia 1º de janeiro de 2019, no Centro Administrativo, ao lado de outras autoridades do Estado; em seu discurso, a mandatária afirmou: “Foi-me confiada a honrosa tarefa de governar o Rio Grande do Norte. De colocá-lo nos trilhos do desenvolvimento, da justiça e da inclusão social”; em sete meses, ela tentou fechar hospitais e cortou verbas da educação