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Imperioso resgate

“Ao longo do tempo, o mundo veio mudando, nossa maneira de viver se transformando e nos oferecendo inovações tecnológicas que facilitam por demais nossas atividades – da preservação da saúde à simples recreação.”

*Silvio Lopes

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Das obras clássicas que li e estudei, “Declínio e Queda do Império Romano” se destaca entre as mais importantes e esclarecedoras da jornada do homem sobre a terra. Não por nada, Edward Gibbon, seu autor, confessa que a História “pouco mais é do que o registro dos crimes, loucuras e desventuras da humanidade”. Síntese perfeita.

Ao longo do tempo, o mundo veio mudando, nossa maneira de viver se transformando e nos oferecendo inovações tecnológicas que facilitam por demais nossas atividades – da preservação da saúde à simples recreação. Mas, ainda assim, por mais conforto e facilidades que tenhamos no dia a dia, estamos longe de alçar a tal felicidade. O que – no fundo -, mais importa.

Tendo recebido do Criador o condão divino do livre arbítrio, de ser livre pela própria natureza, nos sentimos, porém, agrilhoados por toda parte. Quer dizer: estamos vivendo numa típica sociedade hobbesiana, em que nosso inimigo é o próprio homem. Nunca se falou tanto em paz, contudo,  jamais se viu tantos tramarem tanto contra ela (Lênin, em essência). Em tempo algum da história, o termo democracia foi tão vilipendiado pelos que, (alegando admirá-la e defendê-la), o que fazem é nos impor, sim, uma tal demoniocracia, tamanha a sanha de buscar, obstinada e criminosamente, extinguir liberdades, detonar sonhos e decompor o espírito divino que palpita no interior de cada um de nós. É, sem tirar nem por, a realidade que hoje contempla a nação brasileira.

Enfrentamos, ao mesmo tempo, a tríade que move o velho e bom satanás: matar, roubar e destruir. Mas (nos consola saber) também: é a história que nos informa que não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe. O poderoso império romano (quem imaginaria?), acabou ruindo. Esse é o inevitável princípio da impermanência das coisas. Em Jó, 20, está escrito: ” Não sabes tu que desde a Antiguidade, desde quando o homem foi posto sobre a terra, o júbilo dos ímpios é breve, e a alegria do hipócrita momentânea?”

Uma sociedade verdadeiramente desenvolvida, creia, é aquela que garante a vida, as liberdades e pratica a justiça. Afinal, como pregava o filósofo Henry Thoreau, “não há democracia onde inexista consciência de justiça”. E onde o homem não seja livre. Já, há muito, deixamos de ser uma democracia. Chegou a hora de, com determinação, amor pátrio e destemor, resgatar nossa própria dignidade e identidade com o autor da Criação! Quem hoje nos oprime e aflige, com o seu próprio esterco fenecerá para sempre. É a lei da vida. Aleluia!

 

*        O autor, Sílvio Lopes, é jornalista, economista e palestrante sobre Economia Comportamental.