*Alex Pipkin, PhD
A estrutura basilar que suporta uma sociedade educada, civilizada, culta, verdadeiramente progressista, e econômica e socialmente desenvolvida é a educação. Não deveria haver dúvidas.
Nesta base, semeiam-se as ideias que serão as políticas de amanhã.
Pragmaticamente falando, uma grande maioria de países logrou sair da armadilha da renda baixa e média-baixa, no exato momento em que investiu na transformação efetiva na educação, e em todos os seus níveis. A Coreia do Sul é um exemplo clássico.
Não parece existir possibilidade lógica de alcançarmos desenvolvimento econômico e social sem a discussão profusa e o alcance de aderência aos princípios seculares que conduzem as nações ao aumento de produtividade e as inovações no modo de pensar, e de fazer mais, melhor, mais rápido, com menores custos e, principalmente, pela descoberta e materialização de novas formas de produzir e ofertar produtos, serviços e experiências inovadoras com utilidade.
Recursos herdados de Deus e da natureza são importantes, porém esses encolhem ou extinguem-se. Mais fundamental ainda são os recursos e as capacidades que são criadas pelo talento e pela engenhosidade das ideias e do esforço inovador humano.
Tomando-se o segmento da educação universitária, toda vez que aludo a questão do fosso das ideias coletivistas e contraprodutivas que estamos submetidos, pela abissal ditadura do pensamento esquerdizante, surgem vozes de “especialistas” e outros entendidos em distintas áreas do conhecimento, a fim de alertarem-me de que “talvez eu esteja exagerando”.
Sorte que sou avalizado por vários Maracanãs lotados, de professores que confirmam – e sofrem – dessa mesma percepção minha.
Não me deixo abalar pelos “da casa”, visto que minha própria experiência de 30 anos no ensino universitário, e em formações em cursos de mestrado e de doutorado, ensinaram-me que a jovem e a velha elite educacional “progressista” é imune e intolerante as ideias e aos objetivos dissonantes de suas convicções bondosas, equivocadas, e acima de tudo, quiméricas.
O ataque ao pensamento amplo e à liberdade de expressão daqueles que pensam distintamente desses, dá-se em todas as áreas do conhecimento, inclusive na minha área, em gestão e negócios.
Todos aqueles que têm convicção, estudo e conhecimento das ideias comprovadas que movem o mundo para frente, e se opõem aos falsos progressismos da turma de justiceiros sociais da bolha do “tudo é permitido”, mais cedo ou mais tarde serão calados, isolados e afastados do doce e quente mar vermelho dos iguais.
Fique “tranquilo”, não se trata de uma questão de conhecimento e de experiências acadêmicas e de mercado robustas, é a singela rixa de não pertencer ao clube inglês da igualdade e do pensamento mágico, ideologizado e improdutivo.
Não tenho os fatos e os dados “científicos” no Brasil, mas pesquisas nos Estados Unidos apontam que a desproporcionalidade de “progressistas justos” versus conservadores e liberais é de 32 vermelhos e rosados para cada conservador/liberal.
Não há como promover uma mudança transformacional com desequilíbrio tão abusado.
Os conservadores foram e continuarão sendo exorcizados dos ambientes acadêmicos.
A pureza e o romantismo dos “bondosos de Iphone”, transformam-se em fúria quando seu “esprit de corps” é confrontado pelos pensamentos divergentes e, especialmente, quando esses são embasados no conhecimento, na lógica e nas experiências comprovadamente bem-sucedidas.
Como não miro possibilidades de alteração deste triste panorama no curto e no médio prazos, sou pessimista quanto ao nosso futuro; na verdade um realista lógico.
A universidade, que significa totalidade, deveria ser um espaço de pensamento e estudo desta totalidade, não um confortável lugar dos iguais para fazer aquilo que sabem: doutrinar.
A universidade tem se constituído numa vasta plantação das sementes do rancor e da discórdia, por sua predisposição ao coletivismo que logicamente conduz à demagogia e a uma intolerância que se transforma numa fobia da liberdade de pensamento e do próprio mundo.
Atualmente, os alunos são “ensinados” a serem exploradores de caverna de suas próprias identidades, o que retira-lhes toda a curiosidade e as possibilidades do mundo que existe fora de suas cabeças.
Enfim, meu realismo tem sido inócuo, porque a doença no afrodisíaco paraíso universitário se alastra: a hipertrofia ingênua da personalidade de jovens idealistas e inexperientes se agiganta com o “moderníssimo” fenômeno da retração intelectual.
E o país? A gente vê depois…
Afinal, somos o país do futuro – que nunca chega!