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Literatura erudita perde Roberto Calasso

Editor e ensaísta, considerado um escritor para escritores famoso por sua própria obra e pelas edições de Franz Kafka, Fernando Pessoa e Jorge Luís Borges, Roberto Calasso [1941-2021] morreu na última quarta-feira, em Roma, na antevéspera do lançamento dos dois últimos livros que escreveu.

*Franklin Jorge

Perde a Literatura Italiana, em Roberto Calasso, um dos grandes editores e escritores de sua geração, autor de As núpcias de Cadmo e Harmonia, o que há de mais próximo de uma obra-prima. Tinha 80 anos.

Beneficiário de extraordinária cultura e criador de um estilo que foge ao lugar-comum, dele se pode dizer, no mínimo, que engrandeceu a literatura em língua italiana e do nosso tempo, fazendo-se a um tempo lido e admirado pelo mais exigente dos leitores.

Fluente em quase uma dezena de idiomas, entre os quais o grego antigo e o sânscrito, descobri-o ao acaso, ns anos de 1990, ao passear em uma livraria de João Pessoa, quando adquiri As bodas de Cadmo e Harmonia, e logo me tornei um leitor devotado às suas criações que tornaram a erudição acessível a todos.

Ensaísta do melhor quilate, a um tempo fluente e profundo, pertence Calasso à peculiaríssima família de escritores que creem, como Baudelaire, que os livros nascem dos livros e ler ajuda a pensar.