*Da Redação
Eu não quero conversar com o centrão enquanto organização. Eu quero conversar com o PP, quero conversar com o Republicanos, quero conversar com o PSD, quero conversar com o União Brasil. É assim que a gente conversa. E é normal que, se esses partidos quiserem apoiar a gente, eles queiram participar do governo, e você tenta arrumar um lugar para colocar para dar tranquilidade ao governo nas votações que nós precisamos para melhorar e aprimorar o funcionamento do Brasil.
É. Para quem pensava que seria diferente, a dura realidade. O “centrão” continua a mandar no país. O presidente Lula, que sempre se mostrou apto ao toma lá dá cá, agora arrumou uma nova expressão para se referir ao “centrão”, esse nome precisa ser termo pejorativo e ser evitado, ao menos enquanto Lula estiver como presidente. O eu não quero conversar com o centrão enquanto organização, mostra o presidente em seu melhor: desconversar cinicamente o que de fato ocorre nos bastidores de seu governo bastante amplo, governo que recuperou a harmonia entre os poderes.
O presidente Lula, em mais um de seus negacionismos, agora nega o “centrão” enquanto organização, como se ele não fosse um emaranhado da pior caterva política nacional, caterva essa em que o presidente Lula parece estar em casa.
Por enquanto, o presidente Lula não cedeu cargos importantes à caterva. Mas isso virá com o tempo. Nós sabemos.
Lula ganhou em 2022, mas não foi uma vitória verdadeira. Foi uma espécie de fantasia que o PT concordou em ser protagonista primeiro, para livrar seu maior quadro da prisão, segundo, para derrotar seu inimigo jurado, o ex-presidente Bolsonaro.
Não que se Bolsonaro tivesse ganho 2022 a coisa estaria muito diferente disso. O “centrão” é uma organização criminosa. Sua atuação em causa própria é o que sempre fere de morte qualquer governo, seja de esquerda seja de direita.
Claro que agora conta com um forte concorrente nesse sentido, um supremo concorrente!
Mas enquanto existir o “centrão”, o Brasil nunca alcançará seus verdadeiros dias de glória.
Antes do STF, o pior inimigo do país sempre foi o “centrão”, com seu poder paralelo. Se a esculhambação do judiciário alcança seu ponto culminante com o STF, na esculhambação política o “centrão” não tem concorrentes e nem continuadores.
Nessa edição de Navegos, os colunistas e seções (clique nos nomes para ir direto ao artigo): Nadja Lira, Alexsandro Alves aqui e aqui, Percival Puggina e Da Redação com Animal Equality. Desfrutem.