*Da Redação
Terra de escritores como Henrique Castriciano, fundador da Escola Domestica de Natal, Octacilio Alecrim, fundador do Proust Club do Brasil, no Rio, do historiador Tobias Monteiro, fundador do Jornal do Brasil, que fez historia e dos irmãos Renard e Rossini Quintas Perez, escritor e gravador, teve grande relevância econômica e abrigou por muitos anos o primeiro porto do RN.
Sobre o evento ouvimos o seu atual presidente, o historiador Anderson Tavares de Lira, que respondeu às questões propostas pelo do Fundador de Navegos. Eis abaixo o que ele nos conta.
Como surgiu a Academia Macaibense de Letras?
– No ano de 2008, fundamos em Macaíba um grupo denominado Sempre Macaíba, que reunia amigos em bate papos sobre a cidade. Naquele ano, Macaíba passava por um momento de estagnação cultural oficial bastante acentuada. Nossos valores culturais estavam sendo esquecidos, relegados a segundo plano por uma administração alheia aos nossos valores. Não existia políticas culturais, embora a cidade fervilhasse sob os mais variados aspectos da cultura. Odiléia Costa e Anderson Tavares de Lyra chegaram a coligir estatutos e regimentos internos de instituições congêneres com o objetivo de apresentar ao grupo para discussão no 5º encontro que realizou-se em julho de 2008.
A discussão foi retomada em julho de 2009, por Jansen Leiros, Anderson Tavares de Lyra, Olímpio Maciel, Valério Mesquita, Rui Santos, Racine Santos, Cícero Macedo, Odiléia Costa e Raimundo Ubirajara Macedo, oportunidade em que foram discutidas propostas para o nome da entidade, apreciação do esboço do estatuto da Academia, indicação provisória de nomes para os patronos e acadêmicos, provisoriamente em número de vinte e aumentada para vinte e oito nas reuniões seguintes.
A partir dessa amálgama, que nos lançamos à busca dos elementos fundamentais para o lançamento da primeira pedra, dando início à tarefa de buscar amigos, convidá-los à participação neste trabalho, apesar das dificuldades encontradas.
Quais foram os principais obstáculos a serem vencidos?
-Ter uma sede, onde pudéssemos nos reunir, manter nosso arquivo e biblioteca.
Onde os membros se reúnem?
-Nossa primeira sede foi o histórico Solar Caxangá, construção de 1855; atualmente, ocupamos parte da Casa de Cultura de Macaíba, outro casarão histórico da cidade. Lá temos nosso arquivo, sala de reuniões e a biblioteca “Acadêmico Ivoncísio Meira de Medeiros”, composta de cerca de quatro mil volumes, dentre os quais, a biblioteca pessoal do patrono Ivoncísio e do professor aposentado do Departamento de História da UFRN, Walner Barros Spencer.
Como se mantém?
-Através de anuidades dos acadêmicos e, muito esporadicamente, convênios com entidades privadas.
Quais são os seus objetivos?
-Os objetivos da Academia são definidos estatutariamente: tem por finalidade a preservação e a divulgação do vernáculo, da literatura, e da atividade cultural em seus múltiplos aspectos, científico, histórico e literário, podendo participar de iniciativas úteis ao desenvolvimento cultural do município de Macaíba, do Estado do Rio Grande do Norte e do Brasil.
– Como a academia contribui para a grandeza da cidade?
A Academia fez ressurgir na cidade o sentimento de pertencimento. O orgulho de ser macaibense e isso gerou pontos positivos sob vários aspectos na nossa sociedade. Muitos jovens nos procuram, já escrevendo contos e poesias. Existe um movimento de renovação cultural significativo após a fundação da Academia de Letras. Trouxemos a tona discussões sobre o aniversário da cidade, em análise na câmara de vereadores, organizamos, também, o primeiro encontro de História de Macaíba, e lançamos o livro A Macaíba de cada um.
Desenvolvemos o projeto um encontro com o acadêmico, no qual professores e estudantes poderão discutir com o acadêmico, aspectos de sua vida literária, sua vivência em Macaíba e a história do seu patrono.
Já lançamos dez volumes com o Elogio a Patrono, biografia escrita pelo fundador ou sucessor dos patronos e patronesses das cadeiras, distribuídos nas escolas de Macaíba.
Atualmente, estamos organizando um Memorial, em parceria com o Instituto Tavares de Lyra, familiares e admiradores, que busca reunir o maior número de objetos pertencentes a Auta de Souza, assim como livros, tccs, dissertações e teses sobre a poetisa macaibense. A Academia Macaibense de Letras é hoje a maior referência cultural no município.
Qual o significado do brasão da academia?
-O brasão da academia possui um escudo tradicional dividido em três esmaltes: no canto superior esquerdo, o amarelo, no qual consta a reprodução do livro “Horto” de Auta de Souza, no canto superior direito, o banco, onde se vê a palmeira Macaíba plantada por Fabrício Pedroza, e, no canto inferior, o azul, onde está representado o balão “PAX” de Augusto Severo. O brasão é ladeado pelos louros da sabedoria e possui uma faixa com as três cores esmaltadas representadas no brasão com uma inscrição em latim: “Ecce Cultura, Humanitatis Gloria” (Eis a Cultura, Glória da Humanidade). O brasão é encimado pelas letras AML – Academia Macaibense de Letras.
Casa de Auta de Souza, como se deu essa homenagem?
-Como atual presidente, no dia 20 de junho de 2020, em lembrança pela passagem dos 120 anos do lançamento do livro Horto, declaramos a Academia Macaibense de Letras – CASA DE AUTA DE SOUZA, comumente como outras academias já fazem essa distinção a uma personalidade literária de relevo em sua térrea. Vale destacar que a Academia, por decisão de todos os seus membros, nasceu tendo Auta de Souza como patronesse maior.
Quais foram as diretorias da Academia?
-Ao longo desses 10 anos de história, a AML teve as seguintes diretorias:
DIRETORIA: 2010-2012
Presidente: Jansen Leiros Ferreira
Vice-Presidente: Cícero Macedo
Secretário: Anderson Tavares de Lyra
Tesoureiro: Raimundo Ubirajara de Macedo.
DIRETORIA: 2012-2013
Presidente: Cícero Macedo;
Vice-Presidente: Olímpio Maciel;
Secretário: Anderson Tavares de Lyra;
Tesoureiro: Armando Holanda.
DIRETORIA: 2013-2017
Presidente: Cícero Macedo;
Vice-Presidente: Olímpio Maciel;
Secretário: Anderson Tavares de Lyra;
Tesoureiro: Armando Holanda.
DIRETORIA: 2017-2021
Presidente: Anderson Tavares de Lyra;
Vice-Presidente: Armando Holanda;
Secretário: Cícero Macedo;
Tesoureiro: Maria Luzinete Dantas Lima.
Quem a compõe e suas respectivas cadeiras?
-Fundamos a Academia com 28 cadeiras. Ao longo desses 10 anos, fomos gradativamente aumentando até as 40 cadeiras. Assim distribuídas.
Cadeira/Patrono | Acadêmico/Fundador/Sucessor |
01. Abel Freire Coelho | João Marcelino |
02. Alberto Maranhão | Carlos Roberto de Miranda Gomes |
03. Augusto Severo | Valério Alfredo Mesquita |
04. Augusto Tavares de Lyra | Anderson Tavares de Lyra |
05. Auta de Souza | Ana Laudelina Ferreira Gomes
Jansen Leiros Ferreira |
06. Clóvis Jordão de Andrade | João Batista Xavier de Sousa |
07. Dário Jordão de Andrade | Ivan Maciel de Andrade |
08. Edilson Varela | Ivoncísio Meira de Medeiros |
09. Eloy Castriciano de Souza | Olímpio Maciel |
10. Estefânia Mangabeira | Sheyla Maria Ramalho Batista |
11. Henrique Castriciano de Souza | Racine Santos |
12. Hiram Pereira | Júscio Marcelino de Oliveira |
13. Enock Garcia | Roosevelt Meira Garcia |
14. João Alves de Melo | Augusto Maranhão
Rivaldo de Oliveira |
15. João Chaves | Rui Santos da Silva |
16. João Angyone da Costa | Nássaro Antônio de Souza Nasser |
17. José Leiros | Wellington de Campos Leiros |
18. José Melquíades de Macedo | Raimundo Ubirajara de Macedo
Vaga |
19. Luis Tavares de Lyra | Armando Roberto Holanda Leite |
20. Maria de Lourdes Cid | Maria de Lourdes Alves Leite |
21. Meneval Dantas | Odiléia Mércia Gomes da Costa |
22. Murilo Aranha | Osair Vasconcelos de Medeiros |
23. Maria Alice Fernandes | Yvete Leiros |
24. Octacílio Alecrim | Cícero Martins de Macedo Filho |
25. Sophia A. de Lyra Tavares | Maria Arisnete Câmara de Morais |
26. Maria Terceira Alecrim Dantas | Elizabeth Mafra Cabral Násser |
27. D. Joaquim Antônio de Almeida | Maria Neta Peixoto de Lima |
28. João Meira Lima | Claudomiro Batista de Oliveira Junior
Ivoncísio Meira Medeiros |
29. Arcelina Fernandes | Maria Luzinete Dantas Lima |
30. Nazaré Madruga | Vaga |
31. Rivaldo de Oliveira | Manoel Firmino de Medeiros
Aldo da Fonseca Tinoco |
32. Deyse Ribeiro de Oliveira | Sebastião Palhares de Freitas |
33. Cícero Moura | Heverton Fernandes Duarte |
34. José Nunes Cabral | Zivanilson Teixeira da Silva |
35. José Jorge Maciel | Alberto Josuá Costa |
36. Aguinaldo Ferreira da Silva | José Acaci Rodrigues |
37. Mírbel Dantas | Francisco Barbosa do Nascimento |
38. Jessé Pinto Freire | Nelson Hermógenes de Medeiros Freire |
39. Hélio Xavier de Vasconcelos | Hailton Mangabeira |
40. Rosemiro Robson da Silva | José Humberto da Silva
Vaga |