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Maia, um verdadeiro político

Articulista de Ponto Crítico perfila e disseca o Presidente da Câmara Federal e ao fazê-lo expõe a natureza intrínseca do político médio brasileiro.

*Gilberto Simões Pires

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Mau caratismo – A estranha e pouco sincera maneira de agir e falar utilizada de forma corriqueira pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, faz com que muita gente diga que a sua personalidade é típica de pessoas consideradas falsas. Pois, contrariando quem pensa assim, sem precisar da ajuda de qualquer profissional da área da Psicologia, afirmo com todas as letras e sons que Maia é um político verdadeiro. Ele simplesmente não esconde o quanto o conteúdo de seu mau caratismo é capaz no sentido de atrasar, ou mesmo impedir, a aprovação das boas ações e/ou intenções propostas pelo Poder Executivo.

Liberais indesejados -Vejam que nem mesmo a Pandemia, que provocou uma queda brutal das atividades econômicas no nosso empobrecido Brasil, fez com que a Câmara dos Deputados, sob a sua péssima e interessada liderança, se preocupasse em analisar e/ou aprovar medidas importantes que poderiam diminuir o alto grau de sofrimento imposto pelo aumento dos Gastos Públicos. Esta atitude, pensada e estudada com muito carinho, revela o quanto o verdadeiro Maia odeia aqueles que se dizem Conservadores e mais ainda os Liberais. Estes, por sinal, Rodrigo Maia considera como – indesejados.

Pautas indesejadas – Pois, para confirmar tudo que penso a respeito do presidente da Câmara, hoje cedo li uma notícia no jornal -Gazeta do Povo- dando conta que “várias pautas enviadas à Câmara dos Deputados pelo governo Bolsonaro, as quais foram temas frequentes na campanha eleitoral – e com grande aceitação entre os apoiadores do governo federal – não saíram do papel.” Entre elas, flexibilização do porte de armas, ensino domiciliar (Homeschooling), ações para impedir a doutrinação em sala de aula (Escola Sem Partido), medidas mais restritivas ao aborto, fim do Foro Privilegiado e prisão após condenação em Segunda Instância. Que tal?

Maia, o verdadeiro, faz o que bem entende – Uma coisa é praticamente certa: a probabilidade de que tais projetos sejam votados neste ano é praticamente nula. Até porque o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de forma escancarada, quer distância de Pautas consideradas Conservadoras. Como bem diz o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família, deputado Diego Garcia, do Podemos PR: “Há grandes dificuldades quanto à forma com que o Rodrigo Maia vem conduzindo as coisas. Ele está alinhado aos Partidos de Oposição ao Governo e não coloca os parlamentares para trabalhar; segura Medidas Provisórias, permitindo que elas caduquem; não autoriza o retorno das atividades nas comissões – mais de 80% de todos os projetos de lei são conclusivos nas comissões. Ou seja, está tudo parado”. Garcia conclui dizendo que o trabalho dos parlamentares de forma remota – uma realidade nas duas casas legislativas federais desde março – é outro obstáculo para que deputados governistas pressionem a presidência da Câmara. “Não tem ninguém em Brasília, está todo mundo fora, trabalhando de forma remota. Maia está num momento em que faz o que entende e vai continuar fazendo o jogo da oposição sem permitir que as matérias tenham andamento”.

Bloqueio – A deputada Caroline de Toni (PSL-SC), que também integra a Base do Governo, endossa a análise de Garcia, e destaca “que a dificuldade em votar pautas conservadoras é permanente desde o início do mandato de Bolsonaro. O Rodrigo Maia, infelizmente, não dá muito respaldo para as nossas pautas. Então, não temos expectativa nenhuma de aprovar matérias desse tipo até o final do ano. No ano que vem, com a eleição de um novo presidente, a gente acredita que possa ter andamento”, avalia.

Mau comportamento – Fica claro, portanto, o sentimento de irritação que o ministro Paulo Guedes expõe quanto ao mau comportamento do presidente da Câmara. Maia usa, constantemente, todos os motivos possíveis e imaginários para dar a impressão de que é maltratado por Guedes. Ora, na crua realidade, como se vê, Maia mostra o quanto não tem o menor interesse em ajudar o nosso entalado país. O caráter dele, portanto, nada tem de Falso. Ao contrário, tem tudo de verdadeiro!