Franklin Jorge
A desgovernadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), deu foros de legitimidade à extorsão, ao multar em 100% devedores do Estado em atraso com os seus pagamentos que alimentam o insaciável apetite de uma máquina famélica e descontrolada. Em sua estultície talvez ignore – ou não saiba – que comete crime contra a economia, que age como chefe de máfia, cobrando de suas vítimas. Num país sério que respeitasse a lei, seria impichada e sairia do governo algemada, por assaltar desavergonhadamente os norte-rio-grandenses, rebaixando-lhes a autoestima.
Alguém precisa urgentemente embargar oficialmente a sra. Bezerra e declará-la inepta para o exercício de mandatos ou de funções pelas quais possa ser criminalmente responsabilizada. Nossa desgovernadora, que não se toca de sua tosquidez intelectual e de sua escassa inteligência, não se apercebe do próprio ridículo e do quanto esbanja sua vontade primeira, de constituir-se em garota já gasta e desacreditada da propaganda da pipoca Bokus. Enquanto o elefante, em seu abandono, faminto e morto de sede, estertora.
Sua corte compõe-se de falsos consultores e conselheiros sem mérito. Uma galeria um tanto baconiana, em decomposição, a expor a densidade da esquerda; da ala de sectários e fanáticos descerebrados do mantra satânico “Lula Livre!”, ainda uma horda aguerrida, sobretudo quando financiada com recursos dos contribuintes.
Para fazer caixa e sair do aperto de uma folha de pagamentos inchada, multou desapiedadamente a numerosa frota de motociclistas que há em pequenas e médias cidades do Estado, e que cresce na sua capital em progressão geométrica, barateando a prestação de serviços. Não podemos ignorar os fatos. A desgovernadora confiscou centenas de motocicletas, para muitos o próprio meio de trabalho, seu ganha-pão e sustento das famílias, e frequentemente as devolveu, após o pagamento abusivo de multas e custas correspondentes ao transporte e armazenamento, em deplorável estado de conservação, arranhadas, quebradas, arrebentadas. Como diria o sertanejo: os motoqueiros levaram, além da queda, coice, enquanto a eleita de seus corações, confiança e esperança, na recente disputa eleitoral, viram-se de repente afrontados, assaltados, extorquidos, indignados.
Há em tudo, nesse desgoverno que avassala e leva o desespero a milhares de famílias em todo o Estado, gente da ativa e seus dependentes, aposentados e pensionistas castigados com o atraso de contas, forçados pela autoridade mafiosa a pagar 100% em multas por atraso de pagamento. Estamos vivendo, parece-me, em um estado de exceção. Aqui o crime e o transtorno prevalecem sobre a razão.
Contrassenso, sem dúvida, de um desgoverno que ignora e não corrige os próprios erros, reincidindo em malogros rotineiros e se transformando em objeto de repúdio generalizado ao agir contra o interesse público, fechando hospitais, agredindo e perseguindo a Polícia Civil e Militar, indispondo-se com servidores e fornecedores, perseguindo de maneira implacável e punindo eventuais críticos de seu governo, sem mais ter o que fazer senão morder e beliscar suas pipocas Bokus em pleno expediente, promovendo sessões de descarrego na governadoria por representantes profissionais de religiões afro-brasileiras, a cada passo desmascarada pela realidade.
Dentre as façanhas administrativas da sra. Bezerra, sagrou-se a ginga e a tapioca patrimônios do povo potiguar. Repôs, no gerenciamento da nossa combalida cultura, sua versão de nulidade, já testada e desaprovada pela finada governadora Wilma de Faria, tornando sua escolha mais fácil. Todo novo, nessa administração, é velho. Velhíssimo, como o esporte de comer pipocas.
Franklin Jorge, diretor de Redação do Navegos, é autor dos livros “Ficções Fricções Africções” (Mares do Sul; 62 págs.; 1999), “O Spleen de Natal” (Edufrn; 300 págs.; 2001), “O Livro dos Afiguraves” (FeedBack; 167 págs.; 2015), dentre outros.
CAVALO DE AÇO Motocicletas apreendidas em blitzen realizadas em todo o Rio Grande do Norte; depois dos protestos de seus proprietários, que as usam como meio de trabalho, governo estadual voltou atrás e apresentou à Assembleia Legislativa projeto de lei que cria o programa Moto Legal, o qual facilita sua regularização após pagamento de multa