Não é raro que escritores tenham restrições ou ojeriza ao jornalismo e a jornalistas, desde a famosa boutade balzaquiana, passando por Jorge Luís Borges, Margaret Yourcenar e Amélie Nothomb que descreveu em Higiene do assassino um escritor obeso, terrivelmente carnívoro que via tudo com lucidez contundente. Muitos são os expoentes da literatura que abominam a imprensa e os jornalistas.
Margaret Atwood não lhes fica atrás. Celebrada em todo o mundo, por sua obra inovadora e complexa, se conta entre os mestres criadores de distopias, como George Orwell, Ray Bradbury e Antônio Burgess. À tríade famosa juntou-se, por último, a autora do Conto da aia e seu arsenal de assombros.
Discrimina e desanca Atwood o jornalismo como uma atividade parasitária. Segundo Borges, o produto de algo que parece literatura, mas não é literatura. Enfim, algo feito para o esquecimento, quando não para distorcer os fatos e confundir a realidade.