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Mathilde e a árvore

Colaborador de Navegos envereda em pesquisa genealógica e descobre peculiaridades curiosas que dizem respeito aos seus avoengos.

*Flávio Machado

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Em 2015 comecei a construir a árvore genealógica da família, usando a ferramenta gratuita desenvolvida pelo site:  https://familysearch.org/, ligado a Igreja de Jesus dos Santos Últimos dias. No início não obtive sucesso. A árvore ficou abandonada.  Em pleno isolamento em 2020 retomei as pesquisas por registros de ascendentes. Rapidamente a árvore cresceu, adubada pelos inúmeros registros descobertos.

Na mesma proporção que a árvore crescia as ramificações surgiram os mistérios.  A descoberta da existência de uma tia: Maria da Glória Lemos de Queiroz. Vivi exatos sessenta e um anos sem ter conhecimento nenhuma da existência da tia Glorinha, assim chamada segundo uma prima que sabia da história. Não tenho a menor ideia dos motivos que levaram meus pais a esconderam de nós a existência dela. Eu que tenho o nome em homenagem ao tio Flavio. Ambos faleceram muito jovens.

Outras constatações surpreendentes como a idade da morte tanto de meu trisavô, quanto do bisavô, mortos respectivamente aos trinta e cinco e trinta e um anos. Algumas tragédias, como a morte de meu bisavô Joaquim Nogueira de Queiroz com ferimento à bala na cabeça durante uma caçada, uma história que estava guardada, e da qual minha irmã lembrou-se de ouvir de minha tia Neuma.

E tantos ascendentes mortos ainda jovens, alguns nem chegaram a nascer, são os natimortos sem nome, na certidão consta apenas o sobrenome, como pude verificar no caso de Rocha Vianna, filha de minha bisavó Leonor.

As profissões são um capítulo a parte dessas descobertas, eram pescadores, funcionários públicos, militares e artistas como meu trisavô materno Eduardo José Cardozo, sobre ele ainda existem dados a descobrir como as datas de nascimento e falecimento.

O local de nascimento é outra descoberta intrigante, como no caso de minha trisavó Maria José da Luz, consta ser portuguesa, não encontrei, no entanto, nome dos pais, data e local exatos de nascimento. Nos documentos encontrados apenas a indicação da nacionalidade. E interessante saber da ligação com o nordeste do país através de cidades como Caicó e Santo Amaro da Purificação. Ou da existência de livros sobre a família Queiroz, a chegada ao Brasil, e o nobiliário das famílias portuguesas, e ainda remota possibilidade de parentesco com Pedro Álvares Cabral.

Uma descoberta que atraiu muita curiosidade, quando soube o nome de minha tetravó: Mathilde Schmidt Machado, casada com meu trisavô Eduardo Augusto Machado. O sobrenome de origem alemã suscitou as mais diversas teoria.

A ferramenta do site permite trocar mensagens com pessoas que pesquisam ascendentes que de maneira indireta ou direta tem relação com nosso ascendente. Durante o carnaval passado uma dessas pessoas entrou em contato. Informou haver alguém de sobrenome Schmidt que possuía dados e registros de minha tetravó. Consegui contato, e ele me passou as informações que se encaixaram no quebra cabeça de informações de mais um ascendente.

Minha tetravó chamava-se Mathilde Porfíria de Souza, nome de solteira. Casou-se em primeiras núpcias no ano de 1838 com um judeu de origem alemã: George Gold Schmidt. No Brasil George virou Jorge Schmidt. Passando a assinar Mathilde Souza Schmidt. O casal teve sete filhos.

Em 1861 viúva há muitos anos, casou-se com meu tetravô Eduardo Augusto, interessante que o casal tinha na altura dois filhos, antes do casamento oficial, entre eles meu trisavô Arthur Alberto Machado, nascido em 1860.

Então explica-se a origem do sobrenome Schmidt que não foi herdado por nenhum dos filhos, facilmente entendido, imagino que meu tetravô não colocaria nos filhos o nome de família do primeiro marido de minha tetravó.  Atrelado a essas informações cheguei aos nomes dos meus pentavós: Josefa Feliciana do Nascimento e Joaquim Antonio de Souza.

Um exercício interessante é acrescentar ao nome todos os sobrenomes perdidos ao longo dos anos. E saber da relação com sobrenomes sobre os quais não tínhamos a menor ideia, outra situação e encontrar “primos” ou pessoas de ascendência comum, do jeito que aconteceu recentemente com um descendente dos Schmidts, temos em comum a nossa tetravó Mathilde.

Vendo fotos antigas, encontrei uma fotografia que suponho possa ser de minha tetravó, e deve ter certamente mais de cem anos.

FLAVIO RUBENS AUGUSTO ALBERTO MACHADO NOGUEIRA DE QUEIROZ LEMOS CUNHA DO NASCIMENTO VIANA CARDOZO PEREIRA D’ASSUMPÇÃO GOMES GUIMARÃES ROCHA FORTUNATO DA CONCEIÇÃO MOTTA BARROSO DA LUZ DOS ANJOS DE JESUS CORRÊA DOS SANTOS E SOUZA.