*Alexsandro Alves
Como vai nossa cultura? Melhor dizendo, as gestões municipal e estadual da nossa cultura?
Décadas de Dácio, Isaura e do Partido dos Trabalhadores governando a Capitania das Artes e a Fundação José Augusto, depois disso, qual é o legado deles para a cultura de Natal e do Rio Grande do Norte?
Vejamos!
Praticamente nenhum monumento foi erguido na cidade. Nenhum prédio novo para grandes eventos foi inaugurado. O Papódromo já foi restaurante popular e permaneceu inoperante por décadas; o Parque da Cidade vive seus dias de esquecimento. Seu mirante há muito tempo que não recebe pintura. Uma obra monumental da gestão de Carlos Eduardo, hoje entregue aos cuidados de uma gentinha mesquinha e despreparada.
Talvez a última grande obra de uma gestão estadual tenha sido a Pinacoteca, idealizada pelo escritor Franklin Jorge.
Quantos teatros há na cidade? O TAM é do início do século passado; o Riachuelo é privado; o Sandoval Wanderlay se arrasta na mendicância de uma sobrevida.
Mas tanto o TAM quanto o Sandoval Wanderlay, são construções antigas. Não há nada de novo, portanto.
A Orquestra Sinfônica do Estado sequer tem um local próprio, uma sala de concertos para ser sua sede.
Não temos salas próprias para música de câmara.
A Ribeira cai aos pedaços e o Centro já expele hálito de defunto.
O que é a cultura para eles?
Gravar um cd de romances de dona Militana e levar a fama por isso? Aparecer em programas de TV dos amigos enquanto dona Militana morreu à mingua. Pobre viveu, pobre morreu, mas seus “descobridores” posaram de grandes baluartes da cultura do Rio Grande do Norte.
Natal poderia estar adornada com as esculturas de José Jordão. O escultor de peças monumentais transformaria a cidade em um imenso museu de esculturas a céu aberto, cada esquina, cada praça, uma obra de sua inspiração.
Insisto, qual o legado para a cultura dos Dácios, das Isauras e do petismo para os potiguares? O que eles deixam? O que eles fazem?
É mais simples, mais rápido e se gasta pouco contratar os serviços de uma antropóloga e transformar o pastel de Tangará em patrimônio cultural. Grande obra! Piadistas sem vergonha!
Cultura custa caro: não é a pobreza de ideias e de feitos dessa gente que por décadas está à frente da gestão cultural e dia após dia as notícias são sempre as mesmas, os sorrisos são sempre os mesmos, o oba-oba responde pelos nomes de sempre!