Nadja Lira
Estamos em um ano eleitoral onde toda a população brasileira vai eleger novos deputados estaduais, federais e um presidente para a República Federativa do Brasil. O nome do presidente eu já escolhi e posso garantir que não votarei de jeito nenhum em um descondenado, com bafo de 51, e que mente descaradamente, na tentativa de voltar a solapar o Brasil. Logo, meu candidato à presidência do País será o galeguinho dos olhos azuis e que passeia por todos os lados pilotando uma moto.
Para me representar na Assembleia Legislativa do meu Estado e na Câmara Federal, quero votar num candidato que encare os problemas da minha cidade e do País, de frente, mas sem querer ser considerado como um super-homem ou um salvador da Pátria; que tenha serenidade e sabedoria para tomar decisões, sem vender sua consciência; que não seja arrogante, trapaceiro, dissimulado, mentiroso e que não se aproveite da boa-fé do nosso povo; que tenha humildade, mas sem perder sua altivez e que não deixe o poder lhe subir à cabeça.
O candidato no qual eu quero votar, deve ser honesto, ter caráter e não se deixar seduzir pelos benefícios e pelas facilidades promovidas pelo cargo que o eleitor vai lhe confiar; deve ter respeito pelo povo, especialmente pelos mais idosos que mesmo depois de aposentados continuam contribuindo para a Previdência Social, e acreditando que o Brasil é um País próspero e que a vida ainda pode mudar. Aliás, está mudando muito apesar das apostas em contrário.
Quero votar num candidato que cumpra suas promessas de campanha e que tenha capacidade de administrar, sem permitir que terceiros venham meter o “bedelho” nas suas decisões, como franceses, por exemplo. Que conquiste o voto por seus próprios méritos e não porque prometeu um emprego, doou uma cesta básica ou facilitou uma consulta médica para um eleitor.
No dia da eleição quero votar num candidato sentindo orgulho de dizer seu nome e repetir suas propostas de governo, porque tudo aquilo o que ele prometeu é possível realizar.
O candidato no qual eu vou votar, é aquele que respeita seu eleitor e tem consciência de que, o cargo que vai ocupar é o de um servidor público. Por isso, ele não poderá viver num padrão acima do que o seu salário permitir, especialmente porque o salário que ele vai receber já é infinitamente maior do que aquele que é recebido por um considerável contingente de trabalhadores brasileiros. O povo brasileiro paga um dos melhores salários do mundo aos políticos.
É importante lembrar que o Estado Brasileiro não é um provedor de privilégios e ele terá muito trabalho a fazer: resolver o problema do saneamento básico, encontrar soluções para minimizar o problema da violência, melhorar a qualidade do atendimento nos postos de saúde e hospitais, da educação, do transporte urbano e tantos outros problemas que afligem nosso povo. Afinal, os natalenses merecem um serviço melhor nessas e em outras áreas, já que pagam tantos impostos para isto. É preciso dar maior às mulheres potiguares, que diariamente são molestadas sexualmente dentro dos transportes coletivos.
Meu candidato deverá ser criterioso nos seus gestos e gastos, especialmente porque o patrimônio que vai administrar pertence a muitos. É sua obrigação, portanto, prestar contas desse patrimônio que a população está lhe entregando para gerenciar por quatro anos.
A este candidato não será permitido se envolver em escândalos como mensalão, petrolão, dólares na cueca, dossiês, e assemelhados e o mais importante: não lhe será permitido agir em benefício próprio em detrimento dos interesses públicos.
Também é importante salientar, que ele não foi escolhido pelo povo para solucionar a questão do desemprego dentro de sua família. Minha tolerância ao nepotismo é zero, portanto, o meu candidato precisa ser reto também neste quesito e se lembrar que existem muitas pessoas capacitadas fora da família dele e fora do mercado de trabalho por pura falta de oportunidade.
Cada vez que enumero as qualidades que um candidato precisa ter para merecer o meu voto, muitas pessoas dizem que eu estou ficando maluca; que isto é uma utopia e outras coisas do gênero.
Eu, contudo, prefiro acreditar que este candidato existe além da minha imaginação e que eu vou votar nele. Porque no momento em que eu deixar acreditar que pode existir um político diferente, capaz de atuar com honestidade, honrado a crença de cada cidadão que lhe deu um voto, então é hora de providenciar meu passaporte e me mudar para Passarada e tentar ser amiga do rei. Mas eu já tenho um candidato favorito, cujo trabalho me causa emoção. Afinal, ele devolveu ao povo o prazer e o orgulho de ser um cidadão brasileiro