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Minha razão de viver

Fundador de Navegos expõe em poucas palavras suas motivações existenciais e revela, um tanto vaidosamente, que gostaria de ser grande entre grandes.

*Franklin Jorge

Como todos sabem, abomino polemicas e delas fujo como o diabo foge da água benta. Geralmente constituem perda de tempo, e não me apetece perder tempo quando sei quão escasso ele é para aqueles que se empenham, como é o meu caso, em produzir alguma coisa que me represente no futuro.

É verdade que tive de polemizar algumas vezes, mas somente depois de beber a última gota de fel que transbordou do cálice e me fez erguer sentinelas para proteger-me do mal e da inveja que sempre hão de perseguir e sitiar os homens – sobretudo aqueles que fogem ou tem algum sinal que os distingue do rebanho resignado.

Porém, sempre que o fiz o fiz a contragosto, vencendo a mim mesmo e ao desejo de manter-me à parte, fazendo as minhas coisas, o que significa dizer, criar e, criando, justificar minha existência que não desejo seja igual a de qualquer um. Sou minoritário, pois, mas luto como um búfalo selvagem que não se detém diante de obstáculos e barreiras. Ao mesmo tempo, gosto de estar sozinho comigo mesmo, pensando quanto me satisfaria sentir-me um albatroz entre albatrozes, e não um elefante entre formigas, como aspira a maioria dos homens que não senão serem grandes diante da pequeneza dos outros.

Durante toda a minha vida labutei para viver entre os melhores, entre aqueles capazes de contar com o êxito alheio e a grandeza que identifica o homem de ideias em relação aos demais, que só pensam em si mesmo, sem considerar que o belo está na diferença, não na mesmice.

Essa tem sido por toda a vida a razão do meu viver. Contribuir para fazer os ouros maiores do que sou efetivamente. Sem opor obstáculos àqueles poucos que intentam escalar a montanha.