Da Redação
Vítima da chamada “peste chinesa”, o Covid 19, faleceu ontem no Ceará Mirim o artista plástico Ivo Maia.
Importante durante a monarquia como o centro econômico mais importante do Rio Grande do Norte, o Ceará-Mirim tem muitos artistas naturais e residentes que poderiam dar-lhe o status de uma “cidade cultural”, porém seus sucessivos prefeitos têm sido ingratos com a cultura do município. Ivo Maia era um desses artistas.
Na Literatura, deu-nos uma plêiade de escritores, a começar pela autora de Oiteiro, Madalena Antunes Pereira, cuja obra, contendo suas lembranças do tempo da escravidão, forma com Massagana de Joaquim Nabuco um conjunto sui generis. É a escritora canônica do Ceará-Mirim e de seu memorialismo derivaram escritores como o estilista Edgar Barbosa e Nilo Pereira e Sanderson Negreiros. A crítica especializada refere-se, até, a uma “Escola do Ceará-Mirim”, cujos membros se pautam pelo humanismo de sabor proustiano.
Há dias internato, seu estado agravou-se nas últimas horas que precederam o seu falecimento, que representa uma grande perda para nossa já depauperada cultura.