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Mulher solteira procura

Colaboradora dotada de espírito escreve sobre um impasse de homens e mulheres: em quem votar? Qual o candidato que em meio à pandemia se faz digno da confiança e do voto? Um mistério digno de Sherlock Holmes. 

*Nadja Lira

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Mulher jovem, educada, de boa aparência, “letrada” e de boa família, procura um candidato para votar nas próximas eleições, ocasião em que a população irá eleger prefeitos e vereadores por este Brasil à fora

Quero votar num candidato que encare os problemas da minha cidade de frente, mas sem querer ser considerado como um super-homem ou um salvador da Pátria; que tenha serenidade e sabedoria para tomar decisões, sem vender sua consciência; que não seja arrogante, trapaceiro, dissimulado, mentiroso e que não se aproveite da boa fé do nosso povo; que tenha humildade, mas sem perder sua altivez e que não deixe o poder lhe subir à cabeça. Esse candidato deve priorizar as necessidades reais da população, e não se preocupar apenas em oferecer festas populares nos quatro cantos da cidade, para fazer o povo esquecer que, além do circo, também precisa do pão nosso de cada dia.

O candidato no qual eu quero votar, deve ser honesto, ter caráter e não se deixar seduzir pelos benefícios e pelas facilidades promovidas pelo cargo que o eleitor vai lhe confiar; deve ter respeito pelo povo, especialmente pelos mais idosos que mesmo depois de aposentados continuam contribuindo para a Previdência Social, e acreditando que o Brasil é um País próspero e que a vida ainda pode mudar. Quero votar num candidato que cumpra suas promessas de campanha e que tenha capacidade de administrar, sem permitir que terceiros venham meter o “bedelho” nas suas decisões; que conquiste o voto por seus próprios méritos e não porque prometeu um emprego, doou uma cesta básica ou facilitou uma consulta médica para um eleitor.

No dia da eleição quero votar num candidato sentindo orgulho de dizer seu nome e repetir suas propostas de governo, porque tudo aquilo o que ele prometeu é possível realizar. O candidato no qual eu vou votar é aquele que respeita seu eleitor e tem consciência de que, o cargo que vai ocupar é o de um servidor público. Por isso, ele não poderá viver num padrão acima do que o seu salário permitir, especialmente porque o salário que o povo paga aos políticos, já é infinitamente maior do que aquele que é recebido por um considerável contingente de trabalhadores brasileiros. É importante lembrar que o Estado Brasileiro não é um provedor de privilégios e ele terá muito trabalho a fazer: resolver o problema do saneamento básico, encontrar soluções para minimizar o problema da violência, melhorar a qualidade do atendimento nos postos de saúde, da educação, do transporte urbano e tantos outros problemas que afligem nosso povo.

Afinal, os natalenses merecem um serviço melhor nessas e em outras áreas, já que pagam tantos impostos para isto. Ele deverá ser criterioso nos seus gestos e gastos, especialmente porque o patrimônio que vai administrar pertence a muitos. É sua obrigação, portanto, é prestar contas desse patrimônio que a população está lhe entregando para gerenciar por quatro anos. A este candidato não será permitido se envolver em escândalos de qualquer natureza envolvendo dinheiro público. Também não lhe será permitido agir em benefício próprio em detrimento dos interesses públicos. É importante salientar, que ele não foi escolhido pelo povo para solucionar a questão do desemprego dentro de sua família. Minha tolerância ao nepotismo é zero, portanto, o meu candidato precisa ser reto também neste quesito e se lembrar que existem muitas pessoas capacitadas fora da família dele e fora do mercado de trabalho por pura falta de oportunidade. É importante que cada candidato estude um pouco para saber qual é o papel que lhe compete como prefeito e como vereador de uma cidade. Não é demais lembrar, que o papel

de um vereador é o de fiscalizar a administração do prefeito, bem como servir de elo entre o povo e o prefeito, a fim de que este conheça as necessidades de cada região da cidade. Vereadores também devem conhecer bem a cidade onde pretendem assumir uma cadeira e de vez por outra visitar uma escola municipal, a fim de verificar as condições lastimáveis nas quais os professores trabalham.

Ou visitar um posto de saúde, onde as pessoas morrem nas filas a espera de atendimento. E mais: quatro anos é tempo mais do que suficiente para que um vereador apresente pelo menos um projeto em benefício do povo. Se não tem condição de elaborar um, contrate uma pessoa que possa fazê-lo. E não esqueça: O Plenário da Câmara Municipal é um local para apresentação de projetos e de debates de ideias. Não é lugar para destratar seus adversários, fazer embates orais de baixo nível. Afinal, o ouvido do eleitor não é penico.