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Nas sombras da fotografia

Uma poesia do escritor Oliver Harden, a eternidade efêmera da imagem em duelo com a perene finitude do corpo.

*Oliver Harden

[email protected]

 

Nas sombras da fotografia, a verdade se esconde,

Imagens geladas, sorrisos fabricados, ilusões que se expandem.

Fotos que não falam, não pensam, não sentem,

Apenas reflexos vazios de um mundo que mente.

 

Capturadas em instantes efêmeros, aprisionadas no papel,

As fotos são testemunhas de um engano cruel.

Editadas, retocadas, moldadas pela fantasia,

Distorcendo a realidade, criando uma falsa alegoria.

 

Através das lentes, a verdade se fragmenta,

Cenas manipuladas, histórias inventadas, uma realidade inventa.

A beleza superficial, um véu que encobre a realidade,

Fotos que enganam, perpetuando a banalidade.

 

As imagens congeladas, frias e distantes,

Nos iludem com sorrisos falsos e olhares penetrantes.

Mas por trás das poses, há vazios e máscaras,

Uma miragem de felicidade, que se desfaz em lágrimas.

 

As fotos nos aprisionam em um mundo de aparências,

Onde a superficialidade se sobrepõe às essências.

Uma ilusão que nos consome, nos afasta da verdade,

Fotos que não falam, mas nos calam com sua falsidade.

 

Então, questionemos o poder das imagens,

Que nos aprisionam em suas teias e miragens.

Não sejamos reféns da ilusão e da fantasia,

Enxerguemos além das fotos, em busca da sabedoria.

 

Pois, fotos não falam, não pensam, não sentem,

Mas nós, seres humanos, somos mais do que meros elementos.

Não nos deixemos enganar pelas imagens congeladas,

Busquemos a autenticidade, a verdade desnudada.

 

Quebremos as amarras da superficialidade,

Encontremos a beleza na simplicidade.

Pois, no final das contas, as fotos são apenas sombras,

E a verdadeira essência da vida está além das molduras.