*Francisco Alexsandro Soares Alves
O cruzeiro instalado em 1599 que demarca a área onde Natal nasceu, na Praça da Santa Cruz da Bica, no bairro de Cidade Alta, amanheceu, no dia 17 último, destruído. Justamente no dia do Patrimônio e Memória de Natal. É o terceiro monumento vandalizado. Não é coincidência. São atos perpetrados por terroristas. Por indivíduos que desejam destruir nosso passado. Essa modalidade de terrorismo iniciou-se com o assassinato de George Floyd. Com a desculpa de luta antirracista, terroristas iniciaram uma onda de destruição de monumentos históricos ao redor do mundo. A outra desculpa, além de uma luta antirracista, é uma suposta reparação histórica.
Chegaram à Cidade do Sol. Eu imagino que não seja difícil detectar essas pragas. Nomes de lugares. Nomes de pessoas. Tudo isso vem a nossa mente, algo como, “ligar os pontos”, “casar Tomé com Bebé”, observar discursos de políticos… Eu imagino que assim se chega aos terroristas. Nós precisamos entender que esses atos terroristas não são executados por pessoas desprovidas de inteligência. Não. São intelectuais, são políticos, são artistas ou “artistas”, são gente ligada, quem sabe, aos movimentos sociais “decolonias”, aos partidos políticos “revolucionários”. Sim. Isso tem o fedor forte de certos discursos “antirracistas”. Uma coisa deve ficar clara: não são marginaizinhos comuns. Quiçá, no dia a dia devem ser professores ou professoras, vereadores ou vereadoras, deputados ou deputadas, ou gente ligada aos mesmos… São indivíduos que têm acesso a todos os bens do capitalismo: da bebedeira no Beco da Lama aos luaus de Pipa! Da cerveja à heroína. É gente empoderada…
Esses indivíduos desejam destruir a memória da cidade. Por vingança. Por ódio. Por serem, espiritualmente, desocupados e vagabundos. No entanto, eles precisam entender algo bem simples: nós fomos colonizados por portugueses e nossa memória e ancestralidade passam pelos lusitanos. Nós somos herança de Portugal e o Brasil existe por ele! É criação lusitana. Dia 22 de agosto é o Dia do Folclore. Essa turma que se diz “antirracista”, “decolonial”, tem ojeriza a esse dia. Assim como odeiam Câmara Cascudo, a quem denominam de “pseudointelectual”. Eles atacarão novamente. A polícia precisa intervir.
Diálogos antirracistas se fazem democraticamente e precisam ocorrer, mesmo dentro da questão de uma reparação histórica. Porém, isso não implica na destruição da minha, da sua, da nossa memória portuguesa, cristã e europeia. Nós, enquanto cidadãos de Natal, estamos representados nesses monumentos. A historicidade dos mesmos, toca a nossa alma e fala-nos diretamente: a sabedoria de Câmara Cascudo, a fé cristã, o Forte dos Reis Magos e outras edificações históricas da cidade. São patrimônios do povo e assim precisam serem preservados