• search
  • Entrar — Criar Conta

Notas do Helmer

Alguns drops sobre assuntos diversos que estão em alta nos círculos de conversas, redes sociais, cafés, e mesmo nas calçadas.

*Da Redação

[email protected]

 

Uma andança cautelosa nos supermercados de Natal sempre rende espantos, alegrias e indignação. O melhor é observar sem sequer as pessoas notarem, assim, na frente delas…

Ontem mesmo estava eu em um supermercado na Estrada da Redinha, zona norte da capital, e presenciei muitas cenas escabrosas de nossas boas famílias potiguares.

Um cidadão das academias, de short apertado, baby look e tudo, perambulava displicentemente pelo ambiente sozinho, assim pensei. Mas não! Sua esposa estava logo atrás, arrastando um carrinho de compras entupido! E ele, com seu corpo de whey protein ainda era ignorante com a conja, como diz o paranaense.

Ainda do bombado cidadão. Movido pela curiosidade, cheguei perto para entender melhor a situação. Lamentável. Enquanto eu fingia olhar alguns pacotes de biscoito, escutava e observava: apenas ela falava com a boca. Ele, falava com mãos, fechando os punhos.

Vai bater nela, já já!, pensei. Não bateu. Simplesmente ignorou-a e andou mais rápido. Nem olhou para trás. Ela baixou a cabeça e o seguiu…

O que há com eles? Sentado no Midway, num banco ao lado do Pão de Açúcar, vejo ele se aproximar. Um professor de física que trabalhara comigo em uma escola. Vem todo sorridente. E me fala, apontando para a esposa: ela que quis! Eu não queria vir! Agora que leve! A esposa, grávida, carregava pacotes pesados de compras e ele, com as mãos vazias, se gabava aos risos: leve tudo! Ela se envergonhou e eu também. Não foi nada agradável, professor.

Eu não sei o que há com eles…, mas eu já teria me tornado viúva muitas vezes…

De volta à Estrada da Redinha, uma jovem foi parada pelos seguranças naquele supermercado por ter colocado na mochila, sem querer, querendo, vários pacotes de chocolates Milka – foi embora, não pagou e não levou…

Caso semelhante? Há alguns anos atrás, houve uma série de reportagens sobre coisas assim, pessoas querendo levar mantimentos, sem pagar, de supermercados. Sobretudo no sul do país. Eram sempre pessoas negras… eu resolvi fazer um teste…

Pode parecer loucura, mas o que seria da vida sem risco? Resolvi fazer algo semelhante. Ainda havia o Extra em Natal e me dirigi, várias vezes, ao do Midway…

Pegava tudo o que queria: sorvetes, geleias, pães, frutas e me dirigia à praça de alimentação do supermercado e consumia tudo ali, sem pagar! Acreditam? E nunca, nunca mesmo, nada aconteceu. Nenhum segurança! Por quê? Não sei.

Contando a uma amiga, saudosa, ela dizia: ai, Helmer, eu não acredito! Um dia, no de Ponta Negra, resolvi lhe mostrar. Peguei um potão de sorvete e o consumi na frente dela. Depois, umas coxinhas, refrigerante… enfim, peguei o que quis. E saí sem pagar. Ninguém veio nos importunar…

Ela entrou em pânico! O que você fez, Helmer!Saí sem pagar, como sempre faço! E propus um outro teste. Vamos usar seu filho agora! Ela era negra. Claro que não, Helmer!

Eu não quero invocar racismo, mas até hoje permaneço besta com aqueles ocorridos…

E minha amiga deve estar agora dando risadas dessas loucuras, e eu aqui molhando o teclado…

 

Por-por-por hoje é só, pe-pe pessoal