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O Amigo ‘Americano’ de Franklin Jorge (I)

José Vanilson Julião, jornalista, em um texto leve, introduz-nos um personagem que, já por este artigo em questão, deverá render outros bons textos, com vocês, leitores de Navegos, um pouco do jornalista, poeta e crítico Arthur Roberto Coelho de Souza.

*José Vanilson Julião

[email protected]

 

Antes deste espaço entrar em recesso voluntário em dezembro do ano passado, numa dessas conversas virtuais com o criador, o jornalista e escritor Franklin Jorge, mais um tema é pautado por consequência, e só agora tenho oportunidade de tornar público.

Estes assuntos com FJ surgem pela espontaneidade, geralmente frutos de amenidades e lembranças do polêmico intelectual potiguar.

Neste caso específico, mais uma vez, não recordo como veio à tona. Afinal de contas o homem é uma metralhadora giratória no bate-papo.

Entretanto, lembro que ditou uma quadrinha da referida personalidade, transcrita abaixo:

Seja o homem da China

Da (Turquia?) ou Malásia

Venceu-o o bicho que a mulher

Esconde debaixo da saia

E disse que o mesmo havia feito um prefácio para um livro seu. Texto este escrito em delicado papel e perdido por um café derramado (risos).

Citado o personagem eu disse que, coincidentemente, havia lido sobre ele numa antiga revista “A Cena Muda”, dedicada ao cinema.

 

Revista “A Cena Muda”.

Portanto, o nosso focado da vez é o jornalista, poeta, crítico de cinema e escritor paraibano Arthur Roberto Coelho de Souza (1889 – 1973).

Durante 35 anos, tradutor de legendas de filmes norte-americanos para o mercado brasileiro, como contratado do estúdio Paramount Pictures Corporation.

Para tanto fixou residência em Nova Jersey, no Estado de Nova Iorque (costa leste dos Estados Unidos). A casa se transforma em consulado informal.

Casa com a americana Katharine Rodger (com quem não gera filhos) e passa a receber como anfitrião intelectuais:

Érico Veríssimo, Osvaldo Trigueiro, Assis Chateaubriand, José Lins do Rego e Monteiro Lobato (faz uma dedicação em páginas de Dona Benta).

Escreve cartas para políticos e intelectuais sobre variados assuntos: José Américo de Almeida, Luís da Câmara Cascudo, Gustavo Barroso, Magalhães Júnior, Coriolano de Medeiros e Osias Gomes.

Este epistolário ou correspondências encontra-se na biblioteca da Universidade Federal da Paraíba. Abaixo, mais da sua poesia:

TROVAS

Vai-se um anel, outro fica,

atrás de um dia outro vem;

nossa alma sente-se rica

das esperanças que tem.

Construí este ranchinho,

com barro, paus e capim,

à espera que o teu carinho

o humanizasse pra mim…

 

O escritor.

FONTES

Fernandes, Aparício – Trovadores do Brasil – Rio de Janeiro: Minerva, 1970

Ramos, Adauto – Arthur Coelho, Um paraibano na América – João Pessoa: Sal da Terra Editora, 2009

Maia, Sabiniano – Itabaiana, sua história, sua memória – João Pessoa: A União Editora, 1977

Pesquisa: Ana Maria Almeida Rodrigues

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Repórter Ledo Ferreira