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O amigo ‘americano’ de Franklin Jorge (II)

José Vanilson Julião, jornalista, sobre a vida e obra de Arthur Coelho, homem midiático por excelência e sua carreira em um dos maiores estúdios de Hollywood.

*José Vanilson Julião

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A primeira parte desse artigo você encontra AQUI.

O diretor do departamento de propaganda e tradução da Paramount, Arthur Coelho, era filho de Antônio Roberto e Cândida Maria das Neves.

Nasce (novembro/1889) no Engenho Melancias ou São João Batista (povoado de Sobrado, município de Pedras de Fogo), atual município de Sapé/PB, a 52 quilômetros da Parahyba, depois João Pessoa.

Apadrinhado por Olívio Marcílio Dias Tavares, é batizado na vila do Espírito Santo. É criado em Itabaiana, sendo afilhado do pai do poeta Augusto dos Anjos, Alexandre Rodrigues, diz o biógrafo Fábio Mozart.

Outra fonte indica que aos sete meses foi à pia batismal pelo Vigário Floriano de Queiroz Coutinho (Paróquia de Nossa Senhora Rainha dos Anjos) em São Miguel de Taipu (02/06/1890).

Confusão esta pela conversão de dona Candinha ao protestantismo. Atitude que a faz rebatizar o filho e uma filha.

Foi matriculado no primário com a professora Alexandrina Nacre (1890) – avó do escritor Osias Nacre – na Rua da República 55 (capital).

Teve como companheiros de escola Aderbal Piragibe e seu irmão, Oscar da Silva – além de João Pessoa (o governador), e Mardokeu, filho da mestra, celebrados poetas paraibano.

Com ida de dois anos a São Paulo e uma viagem ao Amazonas de um ano e ao Belém do Pará, façanha de um pré-adolescente de 13 anos!

Na capital paraibana, aprendiz de tipógrafo, é convidado pelo juiz de Itabaiana, Heráclito Cavalcanti Carneiro Monteiro, para editar o jornal “O Município”, com primeiro número em 24/05/1908.

E o último em 1915/16. Época da segunda passagem pelo Amazonas, de onde envia sonetos para “O Jornal”, também de Itabaiana.

Escreveu o “Brazilian Portuguese Self-taught” – dicionário de português sem mestre – durante a II Guerra, com cinco edições.

Em carta ao amigo Guimarães Barreto (17/07/1972) disse ser “quase uma autobiografia” o livro de contos “Um brasileiro em Sing-Sing e outros contos da América” (primeira edição pela Editora da UFPB).

Sing-Sing é um mega presídio (margem leste do rio Hudson), a quilômetros de Nova Iorque. Tem fama de prisão onde se praticava tortura. “Sing”, é uma forma conjugada do verbo “to sing”, isto é, “cantar”, significa “canta”.

A esposa, uma vez viúva (março//1973), volta-se, por recomendações do marido, à música, piano, canto e regência de coros na igreja Unitária de New York.

Juntou correspondência (10 volumes) em “Meu Epistolário”. A partir de 1929. O último volume (1973) “New York, sea”. Autor também de “Versos” (1978).

 

FONTES

Instituto Moreira Salles

Recanto das Letras

Dicionário Literário da Paraíba – Idelette Muzart Fonseca dos Santos (A União/1994)

Pequeno Dicionário dos Escritores/Jornalistas da Paraíba do Século XIX: de Antônio da Fonseca a Assis Chateuabriand – Organização Socorro de Fátima Pacífico Barbosa (2009)