*José Vanilson Julião
A nona parte dessa série você encontra aqui.
Antes de retomar às atividades e aparições do personagem central desta série na revista carioca “Cinearte” também devo esclarecer para o leitor fiel que já havia lido sobre Arthur Coelho bem antes de Franklin Jorge o mencionar como amigo (aqui)**.
E o motivo foi procurar saber alguns detalhes do ator e jornalista brasileiro Olympio Guilherme (Bragança Paulista, 13/1/1902 – Rio de Janeiro, 1973), do qual lera pela primeira vez na biografia do jornalista Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo.
Por isto disse ao FJ que já tinha conhecimento deste conterrâneo de Chatô – nascido na paraibana Umbuzeiro – na referida publicação. Portanto AC e Olympio foram contemporâneos na meca do cinema.
O segundo iniciou uma incipiente e meteórica carreira após ser escolhido em concurso no Brasil pela Fox (1927), ao lado da bailarina e atriz nacional Lia Torá, filha de português e espanhola, de pseudônimo de Horácia Corrêa D’Ávila (Rio de Janeiro, 12/5/1907 – 27/5/1972).
Guilherme e Torá fizeram o curta-metragem “The Low Neck” (curta de comédia) – sequer exibido no Brasil – sendo que ela ainda participa de mais sete películas (1929/32). O parceiro tupiniquim nem tanto, com mais um “King Of Jazz” (1930), e o documentário “Fome” (direção e roteiro), um ano antes, vetado para exibição.
Olympio, considerado a primeira paixão de Patrícia Rehder Galvão (São João da Boa Vista/SP – 1910 – Santos, 1962), a Pagu (concorrente de Lia no concurso, a exemplo de Carmem Miranda!), a musa do Modernismo, retorna ao Brasil e se torna jornalista especializado em reportagem sobre economia.
Escreve livros: “Hollywood, Novela da Vida Real (Companhia Editora Nacional/1932), “Estudos Americanos” (quatro volumes) e mais quatro com temas da política internacional, envolvendo petróleo, bomba atômica e Oriente Médio.
Não é somente citado no livro sobre Chatô, mas na autobiografia do autor de novelas Dias Gomes e na autobiografia da filha de Getúlio, Alzirinha, como chefe de divisão do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e presidente do Conselho Nacional de Imprensa no Estado Novo.
** No referido link, inclusive, Franklin Jorge diz que Coelho foi prefaciador de um livro seu.
FONTES
Cinearte
Cinemateca Brasileira
Império Retrô (Rafaella Britto)
Mulheres do Cinema Brasileiro
Site Olympio Guilherme (Rafael Olympio Guilherme)
“Dias Gomes, Apenas um Subversivo”
“Chatô – O Rei do Brasil” (Fernando Morais)
“Getúlio Vargas, Meu Pai” (Alzira Vargas do Amaral Peixoto)