*José Vanilson Julião
A décima terceira parte dessa série você encontra aqui.
Com o paraibano Arthur Coelho baseado em Nova Iorque e o retorno do carioca Lamartine S. Marinho é a vez do colega Gilberto Domingos Souto (15/5/1906 – 10/9/1972).
É uma figura praticamente revelada na totalidade. Menino, frequentava as salas de cinemas cariocas, escrevendo para os ídolos e colunas de fãs.
Aos 19 anos (1925) é convidado por Heitor Guedes de Melo para trabalhar no jornal “Correio da Manhã”, justamente para escrever colunas e comentários de filmes.
Adhemar Gonzaga, amigo de anos, criador da “Cinearte e fundador da “Cinédia”, o convida para correspondente em 1931, posteriormente escrevendo para a revista “O Malho”.
Morou por mais de 20 anos na Califórnia entrevistando as estrelas. Atua como tradutor de legendas, quando Carmen Miranda começa a fazer sucesso nos Estados Unidos, a quem ensina inglês. Trabalhou por 13 anos no Departamento Estrangeiro da Disney.
Após regressar ao Brasil escreve para revistas e chefia o departamento de publicidade da “United Artists” até 1966, ano em que ganha o Prêmio Saci (“O Estado de São Paulo”) pelo reconhecimento da carreira.
Morre aos 66 anos, vítima de um enfarte, deixando um livro contando os 50 anos dedicados ao cinema não concluído e vasto acervo cinematográfico.
Como tradutor tem crédito em “Branca de Neve e os Sete Anões” (1938), “Dumbo” (1941), “Bambi” (1941), todos pela “Sonofilms”, diretor de dublagem em “Alô, Amigos” (1942), “Você já foi a Bahia” (1945), pelo estúdio “Walt Disney”.
Entre outros trabalhos para o famoso estúdio dos desenhos animados, como “A Gata Borralheira”. E para a Continental Discos: “Alice no País das Maravilhas” e “Peter Pan”.
Dizem até que o personagem “Zé Carioca” foi inspirado pelas anedotas contadas por ele ao produtor Walt Disney.
O doublé de diplomata e poeta Vinícius de Moraes até escreve sobre ele no jornal de Samuel Wainer, o “Última Hora” (20 de julho de 1951):
“…é um Pato Donald danado. Resmunga feito a peste. Homem ordenado e responsável, só falta arrancar os cabelos com a displicência, a impontualidade, a falta de método do pessoal… Eu tive oportunidade de dar-lhe uma demão em dublagens, traduzindo canções…”
FONTES
A Memórias da Dublagem
BBC
Cinearte
Nina Giacomo
Nossa Folha
UOL
Vinícius de Morais