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O “Batcu” e a guerra cultural

“A nação não foi e não irá para o beco. Com a Primeira Missa celebrada nas areias de Porto Seguro, o Brasil tomou lado na civilização ocidental e seus fundamentos filosóficos, jurídicos e religiosos (…)”

*Percival Puggina

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Em reportagem que produziu sobre a dança supostamente erótica do “Batcu” em evento do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, o jornal Metrópoles informou a seus leitores que “a apresentação foi usada pela oposição para atacar o governo nas redes sociais”.

Como essa oposição é maldosa! Quanta má vontade em relação à brilhante elite cultural, técnica e política do governo de Suas as Altezas Voadoras Lula e Janja! Imagine, leitor, alguém ter a coragem de atacar o governo por algo tão insignificante…

Pois esse foi exatamente um dos dois pontos que me vieram à mente quando assisti ao vídeo da apresentação. É na reiteração de episódios assim e em sua banalização que transcorre boa parte do empenho em transformar a nação em algo como beco de zona de prostituição. O diretor demitido pela ministra que se disse surpresa pelo episódio é uma circunstancial vítima que tomba como soldado da mesma guerra cultural em que se empenha e combate o petismo que nos governa.

Exagero meu? Pois foi a esse combate que Lula se referiu quando, na solenidade de abertura do 26º Foro de São Paulo (29/06/2023), Lula afirmou: “Aqui, no Brasil, enfrentamos o discurso do costume, da família e do patriotismo. Ou seja, enfrentamos o discurso que a gente aprendeu a historicamente combater”.  Como toda guerra, a cultural tem inúmeras frentes e nem todas são harmônicas entre si, mas todas convergem ao mesmo fim. A ministra pode divergir porque discorda do show, mas pode, também, ter divergido em virtude do que me veio à mente quando assisti ao vídeo, ou seja, em virtude daquele segundo ponto a que me referi no parágrafo anterior.

Se o primeiro ponto é negativo, o segundo é positivo. A reação da imensa maioria das pessoas que tomou conhecimento do episódio foi de reprovação, indignação e repulsa. E isso é bom porque a revolução cultural tem produzido vitórias mundo afora, mas ainda não venceu aqui no Brasil.

A nação não foi e não irá para o beco. Com a Primeira Missa celebrada nas areias de Porto Seguro, o Brasil tomou lado na civilização ocidental e seus fundamentos filosóficos, jurídicos e religiosos aprendidos, respectivamente, da Grécia, de Roma, do judaísmo e do cristianismo. Eles ainda são sólidos e, por eles, vale perseverar na resistência.

Essa esquerda, por ora politicamente hegemônica entre nós, que apoia o Hamas, que quer trazer o Irã para o BRIC, que celebra a democracia Venezuelana, que já ensopou com lágrimas de emoção os ombros dos irmãos Castro, que quer o aborto e se empenha em dividir a nação em bandos antagônicos, não prevalecerá. Os brasileiros não serão escravizados numa guerra cultural cujo objetivo precisa concretizar o impossível: tomar-nos a dignidade de seres criados à imagem e semelhança de Deus.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.