*Alexsandro Alves
A ministra do Ministério da Igualdade Racial, Anielle Franco, tem provado que seu ministério é um embuste ideológico. Após a necessária exoneração da racista Marcele Decothé, que usou palavras ofensivas contra a torcida do São Paulo: Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade… Pior de tudo, pauliste – escreveu Marcelle. Agora o MIN tem um novo problema.
A ministra Anielle Franco quer interferir no imaginário dos cidadãos.
A maneira mais corrosiva de destruir a personalidade de um indivíduo, e assim escravizá-lo, é impor-lhe um sistema de signos novos, diferente daquele ao qual está habituado e com o qual construiu sua visão de mundo.
Claro que signos e seus significados são mutáveis. Mas essa mudança não se dá através de falas de representantes oficiais de um governo, isso se chama ditadura. É uma mudança que nasce de uma necessidade coletiva e não de um coletivo. A sociedade, digamos, inconscientemente muda sua percepção do mundo. A cultura muda devagar e assim os indivíduos absorvem essa mudança com aquela aparência de naturalidade que Clifford Geetz fala.
A ministra afirmou que o termo buraco negro é racista!
Isso não foi uma imposição, eu acho ainda que não foi. Mas a ministra fala que os indivíduos precisam ter letramento racial.
Karl Marx dizia que o burguês cria palavras bonitas para se referir ao seu projeto de poder: liberdade, democracia, são termos pomposos que escondem a dominação ideológica da classe dominante. Parece que a ministra compreende isso e o usa.
Letramento racial é o termo bonito para você fala assim, a palavra é essa e seu significado é esse!. Controlar a linguagem é controlar o pensamento, e mais ainda, é controlar as possibilidades de pensamento, nos diz Roger Scruton.
George Orwell, em seu livro 1984, criou o Ministério da Verdade. Esse ministério controla as palavras, controla o que se diz, controla o que não se diz – controla os pensamentos, controla as ações.
Vocês pensam que Anielle Franco brinca? Vocês pensam que ela está em seu cargo para preencher linguiça em um governo que não governa?
Falas como essa, que visam controlar o significado das palavras, e assim impedir, interditar o que se diz e o que se pensa, é um projeto ideológico de poder.
Como evitar? Como não se deixar dominar?
O remédio é nietzschiano! Desconfie. Seja aquele indivíduo desconfiado! Sempre que alguém vier com a conversa de que tal termo é racista, faça ouvido de mercador. Não absorva. Entenda, sem pestanejar, que aquela pessoa está ali para lhe dominar. Mas não com agressões, a dominação é mais eficaz quando é suave. Vai ser tudo dito com sorrisos, com amor pedagógico, ou com aparente preocupação sincera, para lhe advertir! Coisa de amigo.
Fio de nylon!
Não é? O nylon, bem fininho, mas quando é enroscado, é capaz de matar, e você nem sente!