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O crucificado que nos desafia

Milênios atrás, um homem foi barbaramente assassinado. Desde então, seu olhar de dor e sofrimento ecoa por mundos sem fim, num infindável ciclo de nascimento e arrependimento, dor e morte e vida eterna.

*Abraão Gustavo

[email protected]

Sempre há momentos em nossas vidas que nos marcam profundamente, deixando cicatrizes eternas em nossas memórias. Foi exatamente em um desses dias de angústia e desespero que me encontrei, testemunhando uma tragédia que ecoará em minha alma para sempre.

As ruas de Jerusalém estavam envoltas em uma névoa opressiva de tristeza e aflição. Eu fazia parte de uma multidão heterogênea: influenciadores, haters, curiosos, admiradores. Era impossível conter as lágrimas que inundavam meu rosto, tamanho era o peso da atmosfera.

No meio desse sombrio cenário, deparei-me com uma cena que me dilacerou por completo. Um homem, cujo nome eu conhecia apenas de forma vaga – uns o chamavam de Messias, outros de Profeta – encontrava-se pregado em uma cruz. Ele enfrentava uma sentença dolorosa e injusta. À minha frente, uma mãe corajosa, tomada pelo pranto, seus soluços ecoando entre a multidão perplexa. Enquanto observava aquela mãe despedaçada, minhas entranhas se contorciam em agonia. Como poderia existir tanta crueldade no mundo? Como poderíamos continuar vivendo nossas vidas como se nada daquilo estivesse acontecendo? Aquela mãe, em seu sofrimento palpável, nos lembrava da fragilidade da vida e da importância de amarmos intensamente enquanto temos a chance. Entre os soluços abafados, pude ouvir suas palavras suplicantes, implorando por um milagre, por uma intervenção divina que libertasse seu filho daquela tortura desumana. Sua voz carregava a dor e a esperança de todas as mães que já perderam seus filhos de maneira trágica e injusta. Naquele momento, uma conexão profunda se formou entre nós, um laço de humanidade que transcende qualquer barreira cultural ou linguística. Enquanto meu olhar se fixava no homem cravado na cruz e na mãe desesperada a seus pés, pude compreender que o sacrifício daquele homem ultrapassava nossas compreensões limitadas. Mesmo sem pronunciar Seu nome, Sua presença ecoaria eternamente nos corações que testemunharam aquela tragédia. Deixo este relato como uma forma de honrar a memória daqueles que sofreram naquele calvário. Que possamos nos lembrar de que o amor e a compaixão são as mais poderosas forças capazes de transformar o mundo, mesmo diante do sofrimento mais intenso. E, ainda me pergunto, quem realmente era aquele Homem?

 

Com reverência e gratidão,

 

Um espectador da Cruz.