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O czar que veio de Caicó

Promotoria de Defesa do Patrimônio Público cala-se e emudece como um ovo diante de crime de lesa-cidade cometido pelo prefeito Álvaro Dias ao privatizar espaço público em troca de apoio do PT.

*Franklin Jorge

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O prefeito de Natal abusou de seu cargo ao privatizar a Rua Prof. Zuza em troca do apoio do PT que, ilegalmente, privatizou uma via publica que liga as avenidas Rio Branco e Princesa Isabel. Um abuso que, em um país sério, lhe custaria o mandato e sua pretensão de continuar o Czar de Natal. Estou falando do Espaço Cultural Ruy Pereira, apropriado por petistas, que morreu em desastre de automóvel quando era secretário de Educação e Cultura, ia, todas as semanas com verba pública, desfrutar das carnes da amante que morava então em Campina Grande. Viajava com motorista em carro oficial sem despertar a suspeita do MP e foi decantado como um ser moral e íntegro.

Trata-se de um ato inédito que compactua com o crime, o crime de lesa-cidade, ao priva-la de um espaço comum que sobreviveu como tal por mais de um século sem que alguém ousasse dele se apossar de maneira espúria e cavilosa em troca de votos e apoio político. Um fato que passou despercebido do Ministério Público, diligente sorvedouro de recursos dos contribuintes que se mantém surdo e cego quando se trata de defender interesses dos cidadãos. Um caso digno para figurar no Dicionário da Corrupção que está sendo escrito pelo Procurador Federal Regional Edilson Alves de França, aposentado e dedicado a escrever sobre as diversas formas de corrupção que vilipendia a nação brasileira.

Acrescente-me ao fato nada corriqueiro que o chamado “espaço cultural” é vulgarmente um antro de bebedeiras e um lugar de reuniões partidárias sem a mais remota conexão com a cultura. Portanto, um ato gravíssimo cometido pela mais alta autoridade do município que avança no que não lhe pertence em troca de votos.

Eis um caso que precisa ser minuciosamente investigado e exemplarmente punido, talvez com a cassação da candidatura do prefeito e perda do mandato, posto que se trata de um descarado contraventor e abusador da coisa pública.

A inoperância desse poder que ignora tão grave abuso, partindo de uma autoridade, faz-nos pensar quão útil e necessário seria a urgente extinção da Promotoria de Defesa do Patrimônio. A bem da moralidade e do serviço público.