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O dia em que Fátima tremeu

Colaboradora de Navegos descreve e interpreta com argúcia e lucidez o primeiro round de debates que reuniu os principais candidatos ao Governo do Estado e expõe a fragilidade eleitoral duma governadora sem obras e sem noção que já se considerava reeleita.

*Nadja Lira

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O debate realizado pela TV Bandeirantes já deu seus primeiros resultados, fazendo a governadora Fátima Bezerra realizar alguma obra em favor do Estado do Rio Grande do Norte, que tão bem a acolheu. Assim, ela iniciou a semana com uma operação tapa-buracos, na estrada que dá acesso à Praia da Pipa, um dos lugares mais visitados por turistas de todo o mundo.

Também pudera, depois de ter participado do debate no último domingo, era mais do que necessário que a ficha dela caísse e ela percebesse que sua situação na disputa pela cadeira que ela ora ocupa, não está tão fácil e confortável conforme ela e sua trupe imaginavam. Sem qualquer trabalho relevante para mostrar, a situação política de dona Fátima está difícil, muito difícil.

No momento em que o Senador Styvenson Valentim Mendes decidiu entrar na disputa, percebe-se que o homem chegou com gosto de gás e feito um trator desgovernado, passou por cima de Fátima, deixando-a sem palavras.

Ela, acostumada a engambelar a todos, iniciou o debate imaginando que iria dominar a cena, devido ao visível nervosismo que tomou conta de alguns debatedores, entre os quais Fábio Dantas. Tal situação, porém, durou apenas enquanto se desenrolava o primeiro bloco. A partir do segundo round, o Rio Grande do Norte vislumbrou uma governadora mais perdida do que cego em meio a um tiroteio.

O debate serviu para mostrar a dona Fátima, o quanto o telhado de seu governo é feito de vidro e nada tem para mostrar. Tanto é assim, que ela ressalta única e simplesmente suas ações realizadas no passado, quando era deputada e senadora da República, destinando verba orçamentária para a construção de Institutos Federais. Vale ressaltar, que este é o trabalho dos deputados e senadores. E para isto, eles são muito bem remunerados. Portanto, ela não fez favor nenhum ao Estado. Apenas cumpriu sua obrigação.

Demonstrando serenidade, o senador deu uma rasteira na governadora deixando-a no chão, porque ele conseguiu dizer e cobrar tudo aquilo que está entalado na garganta do povo potiguar. De forma cirúrgica, ele destacou os hospitais fechados durante a administração de dona Fátima, o sucateamento da Educação, o esquecimento e a falta de zelo no que se refere à Segurança Pública.

E Fátima tremeu. Perdeu a voz e recorreu aos advogados exigindo direito de resposta, mas não obteve sucesso. Afinal, os debatedores falaram somente a verdade acerca da desastrosa administração FB, que parece trabalhar com o objetivo de tirar o nome do RN do Mapa do Brasil.

Styvenson Valentim pode não ser o melhor candidato para tirar o Estado do buraco no qual Fátima Bezerra o está solapando. Porém, ele demonstra um diferencial: é corajoso e não tem histórico na política. Portanto, não tem os vícios maléficos perpetuados pelos políticos tradicionais.

Fábio Dantas parece ser um sujeito bem-intencionado, mas, como diz o velho ditado, “de boas intenções o inferno está cheio”. Tudo leva a crer, que ele já está demasiadamente cansado, nesta corrida rumo à cadeira ora ocupada pela ex-sindicalista. Está perdendo o fôlego. Especialmente agora, com um senador atrapalhando seu caminho.