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O Esquecido Historiador Paulista Assis Cintra (II)

José Vanilson Julião continua a saga do jornalista e historiador brasileiro Francisco Assis Cintra. Detalha sua morte. Suas esposas, ambas mistérios: da primeira, não se tem muita informação, e da segunda, sabe-se que desapareceu em 1947.

*José Vanilson Julião

[email protected]

 

Francisco Assis Cintra (13/3/1897 – 28/6/1953) falece numa manhã fria de domingo no Hotel Municipal, Avenida São João com a Conselheiro Crispiano, entre o Vale do Anhangabaú e o Largo do Paysandu.

Inaugurado (1920) no centro é um dos mais elegantes da cidade, ponto de hospedagem dos viajantes, cujo declínio começa no começo dos anos 60.

“… antes do meio-dia a rotina foi alterada. Correrias por todo o saguão. Complicações cardíacas ou circulatórias, um hóspede cativo, morava sozinho em um apartamento, estimado por todos.”

Não tinha filhos, nem família, escrevia a coluna semanal “Isto é História” para o vespertino “A Gazeta” (Fundação Casper Líbero).

Nasce em Bragança Paulista, a oitenta quilômetros ao norte da capital, numa família de agricultores e fazendeiros. Forma-se em Odontologia (SP) e na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais (Rio de Janeiro).

Com 23 anos (1910) é soldado na Força Pública. Aos 27 anos está no Rio até 1917. Entre outras atividades é revisor no “Correio da Manhã”, secretário e professor de História e Português no Colégio Anglo-Americano).

Ainda leciona na Faculdade de Odontologia e Farmácia e faz parte de bancas examinadoras dos práticos que almejavam o diploma de farmacêutico.

Em 1918/1919, aos 31, se casa pela primeira vez e se muda para Muzambinho (MG), funda colégio (não se tem informações desse casamento e esposa).

No ano seguinte em São Paulo decide ser “jornalista investigativo e, com a documentação que possuía, levantada num trabalho árduo e incessante desde 1910, passa a escrever colunas em jornais, com temas quase que unicamente versando sobre a História do Brasil”.

1921: nomeado regente da cadeira de Língua Portuguesa na Escola Normal. Permanece até 1928, aos 41 anos, é redator-chefe do Ministério da Agricultura. Até dezembro de 1932 quando o golpe de Getúlio Vargas o fez perder o cargo.

Permanece no Rio 1935, quando se mudará para Avaré/SP, leciona História e Português no Colégio Estadual para retornar à capital.

Em 1940 abandonou a carreira de escritor e dedica-se ao jornalismo e a lecionar em colégios. Casou-se novamente com Eponina Leite de Morais (desaparecida em 1947).

*Resumo de artigo publicado no blog paulista “Clone Clock”. Luís Valentim Vallejo (2019)*.

 

Hotel Municipal em primeiro plano entre prédios.

 

L. V. Vallejo.