*Abraão Gustavo
Lúcio era um Zé ninguém, daqueles Zé ninguém que quando morre o povo fala:
– Sabe quem morreu?
– Zé.
– Que Zé?
– Zé ninguém! Filho do Zé ninguém pai.
– Ah, aquele que se tornou Zé ninguém Júnior.
Mas um dia desses a vida de Lúcio mudou. De Zé ninguém, passou a ser chamado de gerente.
E, claro, ele não perdia a chance de dizer que era gerente. Em todos os lugares que ia ele dizia:
– Sou gerente!
Não importava para quem fosse, Lúcio nunca perdera uma oportunidade de se manifestar.
Uma vez, ele se encontrou com uma moça linda e curiosa. Ela perguntou:
– Você trabalha de que?
Adivinha o que Lúcio respondeu? Nada, porque ele não se encontrou com a moça linda, ele apenas foi promovido à gerente.
De Zé ninguém, passou ser Zé ninguém gerente.
E nos finais de semana, em vez de sair, Lúcio não tinha força para nada, não tinha assunto, não tinha sequer criatividade para isso.
Tinha dinheiro, mas não tinha tempo, nem energia para ser alguém.
Se acha que esta história está curta, desculpe. Trabalhei muito hoje!