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O museu do Louvre

AUtor de um livro canônico que resgata e amplia suas lembranças da cidade de Nova Cruz e o convívio com personagens extraordinárias, como a sua avó postiça amasiada com o poderoso tabelião e manipulador político da cidade, Colaborador de Navegos passeia aqui pelo Louvre e registra suas impressões de um mundo desaparecido, como convém a um grande memorialista.

*Antenor Laurentino Ramos

Uma visita, ao Museu do Louvre, não se faz num só dia. Além da grande quantidade de pessoas que para ali acorrem, o castelo onde ele se abriga é enorme. Tínhamos de marcar com os colegas, o local de reencontro, caso nos dispersássemos, o que era freqüente.

Fui duas vezes, ao Louvre e pude ver peças e documentos da maior importância para a história da humanidade.  É como se você entrasse num grande livro de História e pudesse penetrar nos diversos momentos históricos e vive-los. Cada momento parecia capitulo de novela.

Tentava, por vezes, afastar-me dos colegas de pesquisa. Só, assim, poderia melhor apreciar as coisas que me interessavam. Lá estava o Antigo Egito, as múmias, as moradas de seus habitantes, suas vestimentas e adornos, sua cultura e seus costumes. Mas o que me chamava a atenção, era o período da Revolução Francesa e a Era Napoleônica.

Tudo aquilo exercia, em mim, um grande fascínio. Lá estava a guilhotina, instrumento terrível de condenação à moderna. Seu criador, Guillotin, seria depois vÍtima. Com ela, foram executados, também, a rainha Maria Antonieta e o cientista Antoine Laurent de Lavoisier, o criador da Lei da Conservação da Massa. Foi revolucionário, apenas, na Ciência da Química. Pagou com a vida pelo simples motivo de privar da amizade dos reis.

A cama de Napoleão Bonaparte, seu anel de brilhante e a sua espada à nossa vista conservados numa redoma de vidro. Adiante, seu berço e o trono, sentado, no qual, tentou governar o mundo. Parece que, de um momento para o outro, iríamos encontrá-lo, por ali, em carne e osso.

A Vênus de Milo, tal qual foi encontrada, e, com ela, chegávamos ao Período dos Helenos.  A Mona Lisa, de Da Vinci, a Gioconda. Para onde você caminha, parece que ela o está olhando. Dizem que se alguém prestar atenção, nota que o lado direito da Mona Lisa expressa tristeza, e quanto o esquerdo, mostra alegria. Não sei não, mas parece verdade! A assinatura do grande italiano, que ali morava e ali morreu, está mais além. A Santa Ceia, outra de suas grandes obras, está perto. É um dos quadros mais copiados no mundo.

O quadro da Coração de Napoleão, pintado por David, é enorme.  Nem sei como coube naquela casa! Dizem que o Imperador mandou que o pintor incluísse nele, Dona Letícia. Na verdade, a mãe do Grande Corso, em sinal de protesto, não se fez presente à solenidade. Queria, com isso, desaprovar a união do filho com Josefina de Beauharnais, mulher de origem não-real, filha do povo e parda. E a gente continua a andar nesse grande livro imaginário!

O museu é muito organizado, confortável, com banheiros e restaurantes. Você pode fazer uma boa refeição ali mesmo e prosseguir na visita. De “poulet rôti au pomme frites” (frango assado com batatas fritas), prato delicioso; é um dos mais requisitados pelos visitantes.

A parte que se refere às duas Grandes Guerras, impressiona. Toda a história desses dois períodos tormentosos da França e da humanidade, ali está contada. Daria inveja a qualquer professor de História pela riqueza de informação!

Vale a pena uma visita a esse centro de estudos! Só ele seria suficiente para dar à França, status de país culto e de potencia intelectual do mundo. Viva a França, Berço da Civilização Ocidental!

Em destaque, os apartamentos privados do Imperador Napoleão Bonaparte; acima, a Vitória de Samotrácia, famosa estátua do período heleno. Bonaparte