*Afonso Pires Faria
Se deu certo na China e na União Soviética, porque não daria aqui?
Se a terminologia é a mesma e os métodos idem, o que impede o nosso país de ser levado a extrema felicidade de uma “ditadura democrática”? A coisa, dependendo do modus operandi, tem um tempo e um jeito um pouco diferente, mas o fim é o mesmo.
A ordem das atitudes, também pode mudar, como também a sua nomenclatura. Na China, há mais de sessenta anos, Mao falou que se deveria acabar com os que ele chamava de contrarrevolucionários, bem como privar proprietários de terras e capitalistas de seus direitos. A coisa aqui não anda muito diferente, guardadas as devidas proporções temporais e hierárquicas.
Os métodos para capturar os que estão estorvando o processo já está em curso. A coleta de dados sobre a vida pregressa dos alvos, que antes eram complicados, hoje estão a um “clic” no mapa das possibilidades.
A célebre frase de Lavrenti Pavlovitch Beria durante o Grande Expurgo – “mostre-me o homem e eu lhe mostrarei o crime” – está facilitada pois todos àqueles que foram capturados no dia 08/01 poderão facilmente ser enquadrados em algum crime. Se ainda não existe lei para tipificar o ato como delituoso não tem problema, a nossa Suprema Corte, celeremente, cria uma nova terminologia jurídica para o devido enquadramento.
Lá, a ordem era eliminar fisicamente os oponentes do “regime democrático”. Aqui, a coisa ainda está incipiente e a eliminação é ainda moral e social. Os indivíduos são eliminados da comunicação social, silenciados.
Que a ordem e a celeridade do método não sejam tão semelhantes aqui, quanto foi lá. E que Deus olhe para o nosso país.