*Gilberto Simões Pires
Desconhecimento da Constituição – Dizem as mais diversas pesquisas que o povo brasileiro em geral jamais se interessou em ler a Constituição. Muito menos, a atual, de 1988 que, além de ser uma das mais extensas do mundo, é carregada de incríveis e absurdos direitos, inúmeras imperfeições e gritantes injustiças.
Soberania fajuta – A rigor, o povo brasileiro em geral nunca leu sequer o Artigo 1º, Parágrafo único, da Constituição Federal, que expõe, ipsis literis, a primeira e grande mentira constitucional, qual seja a de que: -Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos.
Ocupação de cargos no setor público – Antes de tudo, a título de esclarecimento, a ocupação de cargos no setor público no nosso país se dá: por eleição, por concurso público ou por nomeação. Por aí já é possível entender que a soberania do povo se limita à escolha de representantes, por prazo determinado, para ocupar cargos nos Poderes Executivos e Legislativo da União, dos Estados e dos Municípios.
Nomeados sem exigências -Pois, para desespero de quem tem um mínimo de discernimento, a nossa fajuta Constituição determina que a ocupação de cargos de ministros do STF, órgão máximo do Poder Judiciário, se dá por nomeação. De novo: quem decide tudo e realmente manda no país não são eleitos pelo povo nem são concursados. São nomeados sem a exigência de mostrar reputação ilibada e notório saber jurídico.
O poder não emana do povo – Ora, se a Constituição Federal, no Artigo Primeiro, fere por completo, de forma gritante e nojenta, o que se entende como soberania do povo, fica fácil compreender as razões pelas quais o povo não mostre mínimo interesse pelos demais e exaustivos artigos e parágrafos. O que preocupa é que mesmo sem ler as barbaridades contidas na Carta Magna a maioria dos brasileiros acredita que o Brasil é um país democrático e que o poder realmente emana do povo.