*Paulo Briguet
Cerca de 800 mil pessoas se reuniram hoje pacificamente na Avenida Paulista para o ato público em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Foi a maior manifestação política dos últimos anos e o primeiro protesto popular organizado contra a ditadura PT-STF. Compareceram ao ato convocado por Bolsonaro cerca de 100 parlamentares, quatro governadores de Estado — Tarcísio de Freitas, Jorginho Mello, Romeu Zema e Ronaldo Caiado — e, principalmente, uma multidão que nenhuma outra liderança brasileira conseguiria reunir.
Desde as primeiras horas da manhã, a Paulista começou a ser ocupada pelos manifestantes. Como em todos os protestos convocados pela direita desde as jornadas de 2013, não foram registrados episódios de violência ou depredação.
O pastor Silas Malafaia, organizador geral da manifestação, fez a fala mais contundente da manifestação. “Jair Messias Bolsonaro é o maior perseguido político de nossa história”, disse Malafaia. “Se eles te prenderem, Bolsonaro, você vai sair de lá exaltado.” Após fazer um histórico das depredações e invasões promovidas pela esquerda nas últimas décadas, Malafaia saiu em defesa dos presos de 8 de janeiro e prestou homenagem a Cleriston da Cunha, o primeiro mártir da ditadura brasileira. “O sangue de Clezão está nas mãos de Alexandre de Moraes e ele vai dar contas a Deus por isso.”
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que a fé tem sido a sua principal defesa contra as perseguições sofridas no atual regime: “O assassinato de reputação tem sido diário, mas algo muito maior e muito mais forte nos move para que a gente continue lutando pela nossa nação. Sim, por algum tempo nós fomos negligentes ao dizer que não se poderia misturar política com religião, e o mal triunfou. Mas agora chegou o momento da libertação. Eu creio num Deus vivo e poderoso que é capaz de restaurar a nossa nação. Mulheres, homens, jovens crianças, idosos, não desistam do nosso país. Continuem orando, continuem clamando porque eu sei que o Deus dos altos céus nos virá em socorro. Não estamos aqui em um propósito de poder, mas em um propósito de libertação”.
Em sua fala, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ressaltou que a manifestação de hoje é uma mensagem direta enviada ao atual regime: “Nós estamos dando um recado de que homens e mulheres com o coração verde e amarelo não desistirão do nosso país. Não é um recado somente aos poderosos, mas também para nós mesmos, brasileiros e brasileiras, que estavam desanimados e desesperançosos. Para esses brasileiros, eu quero trazer aqui duas pessoas: Moisés e Caleb. Moisés não chegou a entrar na Terra Prometida, mas um jovem chamado Caleb entrou. Mas se não fosse a força de Moisés, Caleb não teria entrado. Talvez nós não vejamos o Brasil prometido, mas os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos verão Brasil novamente, verde e amarelo”.
A deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) destacou o caráter pacífico e ordeiro da manifestação: “Hoje testemunhamos uma Paulista tomada de verde e amarelo pelo povo patriota, que veio prestigiar esse chamado do presidente Bolsonaro. A avenida estava absolutamente lotada, de um lado e de outro. Foi uma manifestação ordeira, pacífica, tranquila, com muitas famílias e idosos. Foi emocionante vivenciar essa comunhão de todos em prol do nosso Brasil. Mais uma vez, São Paulo dá um espetáculo de amor ao Brasil”.
O jornalista e ex-deputado federal Paulo Eduardo Martins (PL-PR) relatou que o clima na Paulista era muito semelhante ao de outras manifestações históricas da direita. “Desde cedo, a Paulista foi sendo absolutamente tomada, como há tempos não se via. Muita gente, muitas famílias, um clima de orgulho e de esperança. São pessoas que querem manifestar o seu desejo por um país onde a ordem volte a ter algum valor. Estava um calor escaldante na Avenida Paulista, mas as pessoas estavam felizes. Foi uma grande tarde em São Paulo. Resta saber como a nossa gloriosa imprensa vai repercutir esse ato, se é que vai repercutir. Mas a realidade é que vimos aqui uma manifestação gigantesca, pacífica, linda e sobretudo de amor à liberdade e ao Brasil”.
No encerramento de seu discurso, Silas Malafaia citou o salmo citou o Salmo 117 — Comigo está o Senhor, nada temo; que mal me poderia ainda fazer um homem? — e depois pediu à multidão para cantar os versos do Hino da Independência:
Brava gente brasileira
Longe vá, temor servil Ou ficar a Pátria livre Ou morrer pelo Brasil Ou ficar a Pátria livre Ou morrer pelo Brasil.Foi impossível não pensar em Clezão nesse momento.