*Franklin Jorge
Uma leitora de Navegos, que nos acompanha desde a primeira hora, liga-me para fazer alguns reparos às minhas afirmativas em alguns artigos, como A lição de 2018, aqui publicado recentemente. Pedir-me que pondere melhor acerca do ex-senador José Agripino Maia, que segundo ela eu teria metido no mesmo bisaco na companhia do ex-senador Garibaldi Alves Filho, sem observar que os dois não seriam farinha do mesmo desmanche. Pelo contrário, segundo argumentou com segurança, Agripino tem dado insofismável prova de grandeza, ao mostrar-se um homem decente a pauta-se pelo decoro, apesar de à primeira vista, por sua arrogância e ar enfatuado, não nos cheirar bem.
Já Garibaldi, católico que disse ”de pau oco”, escarraria na hóstia que por tantos anos lhe serviu de escudo e em nome de seus interesses pessoais que incluem a manutenção do filho na politica, pôs tampões nos ouvidos para não ouvir o apavorante gemido de bebês assassinados em nome do direito ao aborto, crime hediondo defendido pelo partido da governadora que lhe deu arrego eleitoral e a esperança de um mandato.
Confesso que me arreliei ao deparar-me de repente com o último representante da Oligarquia Maia, emplacando seus correligionários nessa disputa eleitoral que é sem duvida a mais importante de que temos noticias desde a Proclamação da República, sem levar em conta o que o faz tão diferente do papa-hóstias que não abomina nem reage ao aborto, ou seja, ao assassínio de vulneráveis, embora o seu credo, baseado em princípios cristãos, há uns dois milênios defenda a vida. Contudo, não fui capaz, naquele momento, de ver as coisas por um outro ângulo, aqui sugerido por nossa inteligente leitora que viu a questão com largueza e a lucidez que me terá faltado para enxergar com meridiana clareza o exemplo muito digno de José Agripino a respeitar a vontade do povo que o alijou de mandatos.
Embora, como eu, tenha se surpreendido com a ressurreição de José Agripino – que ambos dávamos como morto e bem enterrado -, estaria ele nos dando prova de grandeza ao aceitar humildemente que em 2018 foi julgado nas urnas e, em consequência da sentença popular, não se lançou candidato neste pleito, preferindo em vez disto ajudar os do seu partido, ao contrário de Garibaldi Filho, que com unhas e dentes –, tenta desesperadamente manter o próprio filho na política e a um tempo, espertamente, conquistar para si as benesses que um mandato de Deputado Federal proporciona. Despido da máscara de bom-mocinho da política que em usado para dissimular e esconder o caráter e sua verdadeira natureza mistificadora, o proclamado ”melhor dos Alves” é apenas uma caricatura de si mesmo. um ser patético que não sabemos ao certo se nos prova repulsa ou pena por sua imensurável fraqueza.
Outra coisa que me disse e me fez pensar, nossa leitora fiel. Que, apesar da composição da chapa para o Senado, encabeçada pelo ex-ministro Rogério Marinho, ele continuaria a ser a nossa melhor opção, seja pela competência demonstrada no desempenho no Ministério do Interior, seja porque é pessoa da confiança do Presidente Jair Bolsonaro, que precisará dele no Senado para garantir-lhe o apoio necessário às grandes realizações com as quais pretende marcar sua recondução à Presidência da República, acossada e ferida por parlamentares corruptos e togados venais e militantes em favor da derrocada da democracia e o avacalhamento da Constituição Federal que deveriam defender e guardar.
Não se apoquente nem deixe de votar em Fábio Dantas, por mais que o aborreça saber que o ex-prefeito do Assu, por esforço e diligencia do ex-senador José Agripino, foi escolhido para compor a chapa majoritária. Lembre-se, meu amigo, que vice é vice, sabemos todos. Geralmente pesa menos do que o produto que o gato enterra e nem serve de adubo, ao contrário de outros dejetos. Muito menos, não deixe de votar em Fábio Dantas, mesmo considerando-o um parlamentar medíocre, pois ele seria, e é, em sua opinião, na opinião dessa leitora um obstáculo real à reeleição da vociferante e indolente Comedora de Pipocas. Foi o que ela me disse nessa conversa que me fez pensar. E, assim, pregando o voto útil e necessário, se despediu.