• search
  • Entrar — Criar Conta

O RN no Centenário da Semana de 22

Poeta potiguar participa em São Paulo de evento que celebra centenário da Semana de Arte Moderna, marco divisor da cultura brasileira.

*Francisco Alexsandro Soares Alves

[email protected]

Entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, o Teatro Municipal de São Paulo, símbolo cultural nacional, foi palco da maior polêmica estética brasileira. Liderados pelo Grupo dos 5 (Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Menochi del Picchia), jovens da elite paulistana romperam com tradições estéticas, introduzindo no Brasil conceitos oriundos das vanguardas europeias, sobretudo o Futurismo de Marinetti, da qual Oswald era entusiasta.

Os efeitos sobre a cultura posterior brasileira podem ser elogiados e criticados, porém é inegável que o movimento de 22, a Semana de 22, produziu uma vasta herança sobre a arte nacional.

E é a partir dessa herança estética que o evento “Agenda Tarsila”, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, em cartaz até dezembro de 2022, homenageia o centenário do movimento Modernista.

Serão eventos virtuais e presenciais, espalhados por todas as partes da capital paulista: museus, bibliotecas, teatros, concertos, saraus e vernissages em que a temática central será a revolução estética empreendida pelos modernistas de 22, bem como o legado daquele evento.

E para nós, potiguares, esse evento se reveste de uma atração bem especial. O poeta Marcos Campos participará do evento, sendo o único potiguar a figurar como representante de 22 em São Paulo.

Campos é autor de três livros de poesias e dois livros de contos. Sua produção mais importante é sem dúvida a poesia: Um Bêbado Sonhador, Babel e Absinto, são livros em que Campos reformula o pensar poético, introduzindo um discurso inovador no uso da sonoridade, da forma e do sentido. A herança de 22 é cabal em todos os três livros, e como potiguares nos sentimos representados nesse evento centenário pela figura de Campos.

Em Absinto, livro de poesias lançado em 2021 e que conta com prefácio meu, Campos atinge um ponto culminante de sua arte. Como poeta, seus recursos são variados e domina com segurança a palavra, ao ponto de transgredi-la quando se faz necessário. E é este livro que estará presente na Agenda Tarsila.

Nós, da terra de Poty, aguardamos o momento em que as poesias de Absinto serão lidas no altar centenário do Modernismo brasileiro. Parabéns, Marcos Campos! A cultura potiguar agradece.