*Alexsandro Alves
(Só entre nós, com direito ao trono de ferro do estadunidense G. R. R. Martin e do hip hop, born in the USA, ainda falaram de ancestralidade…)
Navegos não poderia deixar de produzir um artigo sobre o Carnaval 2024. E esse artigo tem um certo sabor nostálgico, não que seu modelo seja o Carnaval de Veneza, com suas máscaras, nada disso.
No nosso Carnaval, no Carnaval brasileiro, as máscaras servem para mostrar e não para esconder!
A Vai-Vai, de São Paulo, resolveu prestar uma homenagem ao crime organizado, disfarçando seu discurso de homenagem ao hip hop. Agentes da polícia foram retratados como demônios, enquanto fantasias de presidiários adornaram os corpos de um dos casais de mestre-sala e porta-bandeira.
A Vai-Vai é aquela escola de samba investigada por lavagem de dinheiro e por suas ligações com o Primeiro Comando da Capital, o PCC.
Bem, é agora que a nostalgia chega…
Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, desfilou pela Vai-Vai.
Nostalgia cabulosa…
Bem, o que há que um ministro de Estado desfile para uma escola de samba? Eu não sei, mas a pergunta deveria ser mais específica e mencionar que a Vai-Vai tem problemas sérios com a Justiça.
Exatamente que investigações reveladas em 18 de dezembro de 2023, apontam a Vai-Vai como reduto do PCC, inclusive, Beto Bela Vista, que até bem pouco tempo era diretor financeiro da Vai-Vai, é citado na investigação como membro importante da facção. Por sua vez, como mencionado acima, a agremiação sambista é investigada por lavagem de dinheiro.
É pouco, Silvio Almeida?
Não dá para afirmar agora, como vossa excelência fez com o caso da Dama do Tráfico, recebida em seu ministério, que você não sabia de nada do envolvimento dela com o crime organizado do Amazonas. Essa reportagem, da Folha de São Paulo, é de 18 de dezembro de 2023.
O ministro desfilou em um carro com a estátua de Borba Gato pichada. O bandeirante que teve seu monumento incendiado em julho de 2021. O terrorista que pôs fogo no monumento também estava no carro. A mensagem não tem nada de escura, é claríssima: é um apoio do governo federal à vandalização de nossa memória.
(Por isso tenho a convicção que a destruição do quadro de Di Cavalcanti e do relógio de Dom Pedro II no dia 8 de janeiro de 2023 foram atos de infiltrados de esquerda. O quadro é tido como racista, enquanto o relógio é da época do Império escravocrata).
Nada mais está fantasiado, as fantasias descobrem o real. As fantasias que vestem certos corpos são revelações da podridão de suas almas. E nada melhor do que o Carnaval brasileiro para se revelar se fantasiando. O carnaval brasileiro é assim, aqui se fantasiam para se revelarem – e não estou falando apenas de homens que se fantasiam de mulher nesse período festivo…